Plataforma Somos Todos Responsáveis teve 12 horas de conteúdos gravados e alcançou 9,8 mil "likes" no Facebook
De Gramado/RS *
A discussão em torno da publicidade
infantil está quente na web, ao mesmo tempo em que tramita na Comissão
de Ciência e Tecnologia da Câmara o projeto de lei 5921/01 que pode
proibir qualquer tipo de publicidade para este segmento da população.
Por muitos anos, o discurso dominante em cima do tema era favorável à
implementação do projeto.
Mas, há seis meses, a Associação
Brasileira das Agências de Pubicidade (Abap) decidiu entrar na conversa,
lançando a plataforma de comunicação Somos Todos Responsáveis, em
março.
O principal argumento é que a publicidade faz parte da
vida e que simplesmente proibi-la está longe de ser a melhor saída para
reduzir os problemas. Outro argumento defendido é que a publicidade tem
seu mecanismo de autoregulamentação. Um levantamento do Conselho
Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), ainda não
divulgado oficialmente, aponta que de 500 mil campanhas veiculadas entre
setembro de 2006 a maio de 2012 na publicidade brasileira, somente 298
geraram abertura de casos de publicidade infantil, e 186 acabaram
retirados do ar. O número é considerado muito baixo pelo conselho.
A
ação Somos Todos Responsáveis já tem seus resultados. "A principal
mudança é que foi estabelecido um debate, o que antes simplesmente não
ocorria", aponta Alexandre Secco, presidente da Medialogue, empresa
contratada pela Abap para criar e monitorar a plataforma. Segundo ele,
antes da campanha, cerca de 90% das menções ao tema eram negativas à
bandeira da entidade. No estudo inicial, ele pesquisou uma base de 12
mil conteúdos na mídia e em 110 blogs com audiência relevante. Secco
Segundo
Secco, cerca de 1 milhão de pessoas foram atingidas em todo o Brasil
pelas mensagens do Somos Todos Responsáveis, e isso em um ambiente de 2
milhões de pessoas que estão engajadas de alguma forma neste debate.
Além
disso, a página de Facebook do movimento teve 9,8 mil "likes" e 4 mil
ações, entre compartilhamentos e comentários. Ainda não é possível
mensurar a variação de opiniões em favor da Abap, já que ainda não há
uma pesquisa sobre isso. "Mas é nítido que há muito mais opiniões
positivas, com 150 menções espontâneas de tom favorável na mídia. Já
houve, por exemplo, um editorial na Folha de S. Paulo, que tinha posição
negativa, com tom favorável à bandeira da Abap.", afirma Secco.
O
projeto de lei, caso passe pela comissão de Ciência, Tecnologia,
Comunicação e Informática, partiria para a Comissão de Constituição e
Justiça, onde seria discutira a pertinência constitucional do PL.
Somente então, seguiria para a plenária da Câmara, para entrar em
votação.
O projeto Somos Todos Responsáveis é um dos temas em
discussão na primeira Reunião Nacional da Abap realizada após o V
Congresso Nacional da Indústria da Comunicação. O evento ocorre nesta
sexta-feira, 31, em Gramado/RS.
* O repórter viajou à convite da Abap
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