Primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff manteve valores próximos aos do último ano de Lula
Somados compra de mídia pela publicidade de órgãos federais da
administração direta e das estatais, mais as verbas destinadas a
patrocínios, o Governo Dilma fechou seu primeiro ano de mandato com
investimentos de R$ 2,8 bilhões, segundo dados divulgados pela
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). O
valor é quase o mesmo do último ano do Governo Lula. O comparativo dos
valores de 2011 com os de 2010 mostra que no ano passado o investimento
nestas duas áreas foi 1% menor. Entretanto é preciso considerar que os
valores de patrocínio dos anos anteriores divulgados pela Secom não
foram atualizados, ao contrário do que acontece com o investimento em
mídia, indexados pelo IGPM-FGV. Desta forma, o comparativo dos
patrocínios mostra alta de 10% em 2011, enquanto o de mídia revela queda
de 7,6% (veja quadros abaixo).
A compra de mídia da administração direta e indireta totalizou
R$ 1,6 bilhão no ano passado – montante que não inclui a publicidade
legal e o investimento em produção. Deste total, 61,5% ficou com
veículos do meio TV (aberta e paga), 8,8% com jornais, 8,7% com
revistas, 8% com rádios, 6% com empresas de mídia exterior, 5,5% com a
internet, 0,8% com veiculação de publicidade em salas de cinema e 0,7%
com exibições em outdoor. A verba de mídia exterior inclui backlight,
barco de som, carro de som, frontlight, mobiliário urbano, painéis,
placas, relógios, TV em aeroporto, TV de bordo, TV em metrô, TV em
edifícios, TV em shoppings e TV em elevadores, entre outros.
No
comparativo com o ano anterior, a TV perdeu espaço nas verbas federais,
vendo sua fatia cair de 63,8% para 61,5%. Por outro lado, quem mais
ganhou espaço foi a internet, avançando de 3,7% para 5,5%. Já com
relação à divisão do bolo publicitário brasileiro, considerando dados do
Projoto Inter-Meios, as principais diferenças da publicidade federal
são o maior investimento na mídia exterior e no rádio, ambos com 4
pontos percentuais a mais de participação nas verbas governamentais que
na média do mercado, e nas revistas, que ficaram com 2 pontos a mais.
Quem perde espaço no bolo da publicidade federal quando comparado com
todo o mercado nacional é a televisão, que tem menos 6,5 pontos
percentuais e os jornais, com menos 3 pontos.
Patrocínio regionalizado
Na seara dos patrocínios o governo federal aumentou o número de
projetos apoiados, de 4.553 em 2010 para 4.943 no ano passado,
compreendendo os segmentos cultural, esportivo, ambiental, social e
eventos de relacionamento e oportunidade.
Segundo relatório da
Secom, em 2011 houve maior esforço para a regionalização de patrocínios,
especialmente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste que registraram
crescimentos de 56,4% e de 3,5%, respectivamente, na quantidade de
municípios beneficiados.
Neste quesito, o destaque é a atual
política cultural da Petrobras Distribuidora, que viabilizou a
circulação de espetáculos teatrais em mais de 70 cidades brasileiras. Em
todo o país, 5.565 municípios foram atingidos pela política
governamental de patrocínios.
Entretanto, metade da verba total
ficou na região Sudeste (R$ 592,6 milhões), seguida por Nordeste (R$
217,9 milhões), Centro-Oeste (R$ 161 milhões), Sul (R$ 126,2 milhões),
Norte (R$ 46,3 milhões), além dos projetos internacionais (R$ 22,6
milhões) e de âmbito nacional (R$ 5,9 milhões).
Outra iniciativa
salientada em seu relatório é o esforço da Secom por privilegiar
aspectos de responsabilidade social e ambiental no momento de decidir
onde investir as verbas de patrocínios. Dois grupos de trabalho foram
formados no ano passado para este fim, com a colaboração do Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A primeira iniciativa foi a
inclusão do campo “contrapartidas ambientais” na prestação de contas dos
eventos patrocinados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário