Recém-lançada no País, a nova geração do Siena representa sensível
evolução em relação à anterior. Tanto que ganhou até prenome: agora o
sedã se chama Grand Siena. Com maior porte (o entre-eixos cresceu 14
centímetros) o Fiat chega para brigar com Chevrolet Cobalt e Nissan
Versa, que também combinam a fórmula que reúne preços “acessíveis” com
tamanho anabolizado, similar ao de três-volumes de categorias
superiores.
Comparamos as versões de entrada desses sedãs. Versa e Cobalt fazem
um tira-teima, pois já haviam se enfrentado no início do ano, com
vitória do Nissan.
Nesse embate triplo, o modelo mexicano comprova sua superioridade.
Com motor 1,6 litro de até 111 cv, tem entre as vantagens a menor tabela
(R$ 33.490) na versão de entrada, S.
Fabricado em São Caetano do Sul, o Cobalt ficou na segunda posição.
Seu 1.4 gera até 102 cv e o preço sugerido da configuração LS começa em
R$ 37.759.
O lanterninha foi o Grand Siena. Apesar de ter melhorado quando
comparado ao anterior, o sedã mineiro perde em quesitos como espaço a
bordo, conforto e motor (confira os quadros na página 13). Na opção mais
em conta, Attractive 1.4 de até 88 cv, tem tabela a partir de R$ 36
mil.
No quesito propulsor, por exemplo, o Fiat tem 14 cv a menos que o
Chevrolet e distantes 23 cv do Nissan. Os três são de quatro cilindros
flexíveis.
O Versa se destaca por oferecer mais espaço, embora não tenha o maior entre-eixos do trio.
O Cobalt, por sua vez, embora não seja o mais espaçoso, é o que
melhor recebe a bordo. Traz bancos confortáveis e de boa altura (o
traseiro é muito baixo no Nissan e no Fiat, o que deixa as pernas dos
ocupantes flexionadas). O Chevrolet tem o maior porta-malas.
O Versa anda mais, mas tem aspectos negativos, como o acabamento e o
pior acerto de suspensão. Ela é firme quando deveria ser macia e
condescendente com a inclinação da carroceria. Além de ruidoso o câmbio
tem engates um tanto difíceis (especialmente se comparado ao do
Chevrolet).
Em relação ao Cobalt, o Grand Siena compensa a menor potência no
câmbio. A primeira e a segunda marchas são bem curtas, o que garante
agilidade na cidade.
Nos itens de série há pequena diferenciação nas estratégias de cada
fabricante. O Nissan apela aos air bags duplos, itens também oferecidos
de fábrica no Grand Siena, que traz ainda freios com ABS, recurso
disponível só nos catálogos mais caros dos rivais. O Cobalt aposta no
conforto do ar-condicionado, que é opcional nos concorrentes.
Em comum, todos trazem desembaçador do vidro traseiro e direção
assistida. No Fiat o sistema é hidráulico e nos demais o recurso é
elétrico.
As fotos foram feitas com as versões SL do Versa e LTZ do Cobalt.
VERSA: ATRAENTE PELO MENOR PREÇO
Com assistência elétrica, a direção do Versa é boa na hora de manobrar, mas fica muito artificial com o carro em movimento.
Além do porta-malas, seu tanque de combustível é também o menor entre
os três, com minguados 41 litros de capacidade, o que limita sua
autonomia.
Feito em Aguascalientes, no México, país com o qual o Brasil tem
acordo comercial, o Nissan chega sem recolher imposto de importação. Com
a redução do IPI para carros até 2.0, o Versa melhorou num aspecto em
que já era irresistível: o preço.
O sedã parte de R$ 33.490, o que parece uma pechincha pelo conjunto.
Por esse preço, no entanto, não há vidros dianteiros elétricos (de série
nos concorrentes). Opcionais, saem a R$ 400.
Mais importante é que, mesmo adicionando o também extra
ar-condicionado, a tabela vai a R$ 35.890, valor que permanece mais em
conta que os rivais. A cor metálica custa mais R$ 990.
Em relação ao desempenho nas vendas, o Nissan é apenas mediano. De
acordo com números da Fenabrave, federação que reúne as associações de
concessionárias, foram emplacadas 10.935 unidades do Versa no primeiro
semestre deste ano. Esse número corresponde a cerca de um terço do
registrado pelos rivais no mesmo período.
COBALT: VAI BEM NO CONFORTO
Dos três, o Cobalt é o que tem a versão de entrada com preço mais
salgado. Mas só ele traz ar-condicionado de série – o item é opcional
nos concorrentes.
No mais, o Chevrolet distribui equipamentos oferecidos de série no
Fiat e no Nissan. É o caso de freios ABS, toca-CDs com leitor de MP3 e
air bag duplo. Isso nas versões mais caras, LT e LTZ.
O Chevrolet é o mais agradável de dirigir desse trio. O modelo supera
Versa e Grand Siena na precisão da direção, em mudanças de trajetória e
na maciez em manobras, nível de ruído a bordo e acerto de suspensão. O
sistema absorve bem os impactos sem ser anestesiado e limita a
inclinação do carro em curvas.
Com 2,62 metros, seu entre-eixos é o maior dos três. O Cobalt é o que
trata melhor os passageiros. Os bancos são macios e há bom espaço na
traseira.
Esse Chevrolet peca por ter a primeira e a segunda marchas longas
demais. Além de prejudicá-lo na hora de vencer ladeira íngremes, isso o
deixa para trás até em relação ao Grand Siena, que é menos potente.
Esse aspecto será modificado em breve. Conforme fontes ligadas à fabricante, haverá nova relação de diferencial, mais curta.
Em vendas, o Cobalt é um sucesso. No acumulado do primeiro semestre
foram comercializadas 31.257 unidades, de acordo com números da
Fenabrave.
Trata-se de um feito, considerando-se que há apenas uma versão de
motor. O Fiat pode vir com o 1.6 e há a geração antiga do Siena, cujas
vendas são somadas às do Grand Siena.
GRAND SIENA: CONVENCE NO ‘FUNDAMENTAL’
O aspecto no qual o Grand Siena mais se destaca em relação aos rivais
é o visual. Embora não seja um diferencial tão relevante quanto o
preço, por exemplo, facilita a convivência diária e costuma interferir
na decisão de compra. Enquanto Cobalt e Versa têm formas prejudicadas em
prol da função, o Fiat consegue agradar aos olhos.
Com 2,51 metros de entre-eixos, o sedã mineiro conta com o segundo
maior porta-malas dos três. São 520 litros, ante 563 do Cobalt e 460 do
Versa.
Por outro lado, oferece o menor espaço a bordo. No banco traseiro,
pessoas altas raspam os joelhos nos encostos dianteiros, o que não
ocorre nos rivais. No Versa, embora o assento seja mais baixo, há menos
folga para a cabeça, que resvala no teto.
No seguro, há equivalência de valores entre Cobalt e Grand Siena,
tanto nas apólices quanto nas franquias. Os preços são menores que para o
Versa.
A equivalência se repete nas cotações de peças de manutenção. Nesse
caso, ao contrário, os itens pesquisados para Fiat e Chevrolet são muito
mais caros.
Em vendas, os números são similares aos do Cobalt, mas o Fiat soma os
totais da versão mais simples, Siena. De janeiro a junho foram 33.030
unidades emplacadas, segundo a Fenabrave.
(Confira a fan page do Jornal do Carro no Facebook: http://www.facebook.com/JornaldoCarro)
Nenhum comentário:
Postar um comentário