Quem são e como se comportam os consumidores da Geração A
Formado por 62% dos idosos de 60 a 75 anos
do Rio de Janeiro, perfil traçado por estudo mostra rejeição a termos
como “melhor idade”, entre outros estereótipos criados
Esqueça a imagem de um senhor com uma bengala na mão e de costas
curvadas como representação da terceira idade. Ativa, autêntica e
querendo tudo para agora, a Geração A rejeita rótulos, estereótipos e
tão pouco se sente representada pela mídia. O estudo Riologia, realizado
no Rio de Janeiro, cunhou o termo e traçou o perfil desse novo grupo, que representa 62% dos cariocas de 60 a 75 anos.
O estudo faz parte de um
projeto
que abordará diferentes perfis cariocas. A decisão de começar pelo
idoso levou em conta a falta de conhecimento do mercado sobre este
público. No total, 577 idosos foram ouvidos durante três meses, sendo
515 na pesquisa quantitativa e 62 na qualitativa, em que foram avaliados
hábitos, práticas de consumo e atitudes.
Deste total, o levantamento coordenado em conjunto pela Agência Quê e
pela Casa 7 Núcleo de Pesquisa concluiu que a Geração A é formada por
67% de mulheres e 57% de homens. Entre as classes sociais, a C predomina
com 64% do target e a AB fica com 62%. Em relação à idade, é maioria o
grupo entre 60 e 68 anos (71%), seguido pelos consumidores de 69 a 75
anos (55%).
“Se antes essas pessoas se aposentavam, hoje elas aproveitam. A Geração
A viveu a infância nos anos dourados e deu sentido à juventude, e agora
dá novo sentido à vida, rejeitando rótulos e estereótipos. Eles são
tudo o que pensamos que não são”, avalia Tatiana Soter, Diretora de
Planejamento e Atendimento da Agência Quê, em
entrevista ao Mundo do Marketing.
A mudança é perceptível até mesmo nas relações pessoais desse novo
grupo. Hoje 26% dos novos idosos têm “ficantes”, termo sequer usado na
época em que eram jovens, 47% possuem vida sexual ativa e 26% estão
conectados em redes sociais como Facebook e Orkut.
“Queremos consumir”
Além de ativos e autênticos, outra característica dominante na Geração A
é o potencial para o consumo. Apesar de os próprios idosos se sentirem
rejeitados pelo mercado, de acordo com o estudo Riologia, 71% do total
de entrevistados ainda são provedores da família, 76% fazem planos para
viajar e 14% possuem smartphones, indicando um forte potencial de
compra.
“Nosso objetivo inicial era mostrar ao mercado novos perfis de consumo.
Agora, o resultado que estamos tendo é quase um trabalho de
comportamento social porque quebramos os preconceitos das gerações e,
com esses resultados, elas poderão ser vistas de outras formas. A
Geração A está fazendo o que já sabia fazer: mudar os padrões”, contou
Adriana Hack, Diretora Geral da Casa 7 Núcleo de Pesquisa, durante o
evento realizado ontem, dia 5, no Rio de Janeiro, para apresentar os
resultados da pesquisa.
Outro ponto revisto é que não há diferenciação na vontade de consumir
das classes A, B e C. O que muda entre elas é a possibilidade e a força
de compra. “Se a classe A pode ir a Paris, a classe C vai para Búzios e
de todas as formas ambas viajarão. O que percebemos é que os idosos de
hoje são diferentes dos de 30 anos atrás. Eles são um público com
potencial de consumo gigante e certamente quem tiver um olhar atento
terá oportunidade de se destacar e estabelecer uma comunicação direta
com eles”, explica Tatiana Soter.
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