Dois veículos começam a circular a partir de segunda em SP. Custo de energia para rodar 160 km é de R$ 7,11.
Os dois táxis elétricos que começarão a circular na cidade de São Paulo
na segunda-feira (11) estarão disponíveis para a população em um ponto
na Avenida Paulista com a Rua da Consolação. O modelo, que não emite
poluentes, tem autonomia de 160 km, e circulará, a princípio, apenas
dentro da cidade de São Paulo - ele foi apresentado nesta terça-feira
(5). Até o meio do segundo semestre, a Prefeitura da capital pretende
colocar outros oito táxis do tipo em circulação. A tarifa será a mesma
cobrada em todos os táxis da cidade.
O modelo usado nos testes – Nissan Leaf – tem baterias de íon-lítio. Na
primeira fase do projeto, elas serão recarregadas em um período de seis
a oito horas. Os pontos de recarga ficarão nas empresas Táxi Sampa e
Alô Táxi, responsáveis pelos dois primeiros veículos. Até o fim do ano, a
Eletropaulo, que faz parte da parceria, deve implantar recarregadores
que farão o “abastecimento” em apenas 30 minutos. Serão cinco,
espalhados em concessionárias da Nissan.
Devido à limitação da bateria, os trajetos poderão ser restritos. “No
início serão feitos trajetos dentro da cidade de São Paulo, e ele tem
sempre a limitação do tempo de carga. Ele entra em operação com 160 km,
mas se ele já tiver rodado, o motorista eventualmente terá que dizer que
não dá mais para rodar 40 km, porque ele já gastou parte da sua carga”,
explicou o secretário Municipal de Transportes, Marcelo Cardinale
Branco. “Teoricamente pode fazer qualquer trajeto, mas ele vai ter sua
limitação por conta da tecnologia, e por conta ainda de nós não termos a
carga rápida, que a Eletropaulo deve implantar até o fim do ano.”
Para o prefeito Gilberto Kassab, o limite de 160 km não é insuficiente.
“Nós teremos a oportunidade de abastecer o veículo à noite, durante
seis horas, para que ele possa circular por mais 160 km. E em breve,
quando a frota for ampliada um pouco mais, ele poderá ser abastecido em
30 minutos”, afirmou.
O grande problema do uso do veículo elétrico no Brasil é o preço –
segundo o secretário Branco, cada um dos táxis custa cerca de R$ 200
mil. “Ainda é um veiculo caro, particularmente no Brasil. Ele é um
veículo ainda importado. Se você colocar na planilha da utilização de
táxi, é um veículo que não dá lucro para o taxista. Por isso que nós
fizemos uma operação em conjunto, com o sindicato das empresas de táxi, e
vamos testar”, explicou.
“A tecnologia vai baratear na medida em que ela seja ampliada, e na
medida em que aconteça a pressão da sociedade e o convencimento do
governo em relação à necessidade de diminuição da carga tributária, que é
absurda. Estamos em um outro momento no planeta, e é importante que o
combustível não seja poluente”, disse Kassab.
Entretanto, o custo de operação é mais barato – tanto no valor do
abastecimento quanto em relação à manutenção. Segundo a Eletropaulo,
cada carga que possibilita o uso do veículo por 160 km tem um custo de
energia de R$ 7,11. Para rodar a mesma distância com etanol, o gasto
estimado é de R$ 33,70 – no caso da gasolina, sobre para R$ 39,25. Os
taxistas que irão dirigir os modelos foram treinados pela Nissan.
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