O consumo de conteúdos
digitais está em clara expansão, o que consequentemente gera uma maior
demanda por produtos e serviços disponíveis virtualmente. Isso inclui
entretenimento online; sejam músicas, filmes, jogos, livros digitais,
aplicativos, programas de TV ou notícias. De acordo com um levantamento
realizado pela Nielsen em 2011, pela primeira vez na história
da indústria fonográfica dos EUA a comercialização de downloads de
músicas superou a de CDs, sendo responsável por 50,3% das vendas
registradas.
Para atender essa crescente demanda, o modelo de negócios e a
infraestrutura das empresas precisam se adaptar para a perenidade do
setor. Algumas das principais características para o sucesso do comércio
online de entretenimento é oferecer variedade de conteúdo,
personalização e uma experiência de compra e uso positivas. A
questão-chave é que ninguém quer se preocupar com burocracias na hora de
se divertir, não é mesmo? O mercado de games é um grande exemplo nesse
sentido. O jogador está no meio da partida e decide buscar um
determinado recurso ou personalizar algum item, mas para comprá-lo
precisa parar o jogo por alguns minutos. Pronto! É o que basta para que
muitas vezes ele desista do complemento. Oferecer uma plataforma
funcional para o jogador é, portanto, fundamental para a fidelização e a
ampliação da gama de clientes.
A saída é melhorar a experiência do usuário, adotando um processo mais
intuitivo e conveniente, no qual seu momento de entretenimento é
preservado. Para a loja ou plataforma de conteúdo digital, por sua vez,
também é importante ter flexibilidade dentro do seu modelo de negócios. E
vender produtos digitais de modo rentável requer uma solução de
pagamentos adequada para cada perfil e experiência de usuário. Ou seja, o
modelo de processamento de pagamentos é um aspecto crítico do negócio;
seja pela fronteira de diferentes moedas, aceitação ou não de cartões
internacionais ou pela simples conveniência de realizar a transação em
poucos passos. É como no antigo fliperama: acabou o crédito, basta
inserir uma ficha.
Como a decisão de compra de produtos e conteúdos digitais geralmente
acontece por impulso, o ato do pagamento precisa ser tão rápido quanto.
Do contrário, perde-se o interesse ou outra informação ganha a atenção
do consumidor, fazendo-o desistir da compra. Portanto, adotar soluções
de pagamento que permitam ao cliente adquirir um produto ou serviço sem
finalizar ou ter que sair dos sites de jogos, notícias, músicas ou
vídeos em que estão no momento da compra, é imprescindível. Os usuários
querem entretenimento a qualquer momento e em qualquer dispositivo, seja
um laptop, celular ou tablet. A saída é oferecer um mecanismo de
pagamento flexível e adaptado para tais meios.
Definitivamente, as mudanças e o crescimento explosivo de novas formas
de distribuição de conteúdo são agora a norma. Do meu ponto de vista, as
possibilidades são ilimitadas e estou curioso para acompanhar cada
passo dessa evolução no relacionamento entre consumidores e conteúdos.
Por Mario Mello, presidente do PayPal Brasil
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