Em três de sete regiões a variação foi inferior à projetada para a inflação de maio
SÃO PAULO - Depois de uma explosão de preços, o mercado imobiliário
dá sinais mais claros que passa por um momento de ajuste. Em maio, o
preço do metro quadrado de apartamentos novos medido pelo índice FipeZap
subiu 0,9%, a menor valorização desde o início da série histórica, em
setembro de 2010. No mês anterior, a alta foi de 1,2%. Em três das sete
regiões pesquisadas pelo indicador a variação foi inferior à projetada
para a inflação de maio, de acordo com o boletim Focus. Foram elas:
Belo Horizonte, Distrito Federal e Salvador, com altas de 0,4% e 0,5% e
recuo de 1,3%, pela ordem.
Evelson de Freitas/ AE
Em maio, o preço do metro quadrado de apartamentos novos subiu 0,9%
São Paulo (+1,2%) e Rio de Janeiro (+1,1%), os principais termômetros
do mercado imobiliário brasileiro, ainda acumulam uma valorização
mensal relevante, embora o resultado seja considerado uma boa surpresa
por Eduardo Zylberstajn, pesquisador e coordenador do FipeZap. Na
opinião dele, a continuidade da desaceleração do valor dos imóveis nas
duas capitais é indicativo que a situação atual é bastante diferente da
vivida há um ano. Zylberstajn cita o caso da capital fluminense, onde o
ritmo de aumento do metro quadrado estava na casa dos 3% em maio de 2011
e agora caiu para um terço disso.
Outra prova desse movimento é que a valorização do metro quadrado nos
primeiros cinco meses deste ano é de 6,3% em todo o País, quase a
metade do observado em igual período de 2011 (+12%). Em 12 meses, o
índice acumula aumento de 19,9%, valor 1,9 ponto porcentual abaixo do
desempenho em igual mês do ano passado.
"Você tem hoje um aumento no número de unidades entregues, que são
aquelas que começaram a ser construídas no auge do boom, há dois ou três
anos, e isso pode trazer alguma pressão dos preços", afirma. O
descasamento entre a demanda e a oferta deve ser olhada com atenção
neste ano, afirma Zylberstajn. O aumento ou queda nos preços, ele
destaca, não deve ser abrupto. "Tenho a impressão que o ajuste será
gradual", afirma.
O pesquisador não acredita que os juros dos financiamentos
habitacionais caíam no curto prazo, como já ocorre com as demais
modalidades de crédito. "O grosso do estoque ainda tem de ser remunerado
pela taxa antiga, independente do que acontece com a Selic", lembra.
Em Fortaleza e Recife, os preços dos imóveis ainda sobem em ritmo
superior à média - 2,4% e 1,9%, respectivamente. É uma situação oposta à
vivida por São Paulo e Rio de Janeiro ou Salvador, que acumula dois
meses seguidos de queda do valor dos apartamentos.
O preço médio do metro quadrado ficou entre R$ 8.254 (Distrito
Federal) e R$ 3.618 (Salvador) em maio. Em São Paulo, foi de R$ 6.448 e
no Rio de Janeiro, R$ 7.991. A média das seis capitais e o Distrito
Federal ficou em R$ 6.594.
Nenhum comentário:
Postar um comentário