Deve ser fechado nesta segunda-feira, 16, o contrato de venda do iG (até então pertencente à Oi) para o grupo português Ongoing, dono de jornais como Brasil Econômico e O Dia. De acordo com reportagem de Julio Wiziack para a Folha de S.Paulo, faltam apenas detalhes para a formalização do documento.
Além do Ongoing, havia aparecido outros dois interessados, a RBS e o BTG Pactual. O primeiro desistiu por considerar o valor muito alto e por entender que o público alvo do iG não combina com a estratégia da RBS na rede. Já André Esteves, dono do BTG, parou exclusivamente por conta do preço - que não foi divulgado.
A Oi, segundo a Folha, não tinha pressa para se desfazer do portal, por isso decidiu esperar até que alguém se dispusesse a pagar a quantia. Foi aí que surgiu o Ongoing, que embora tenha pedido um prazo mais elástico para efetuar o pagamento, vai desembolsar o que foi pedido.
O iG é o quinto portal mais acessado do país, com 23,4 milhões de visitantes únicos, como mostram dados do Ibope divulgados recentemente. Perde para R7 (23,5 mi), Terra (29,5 mi), Globo.com (29,6 mi) e UOL (34,3 mi).
Por mais que o Artigo 222 Constituição e a Lei 10.610/2002 proíbam que veículos de radiodifusão sejam controlados por grupos estrangeiros, essa regra não contempla especificamente a internet, por isso não há ilegalidade na operação. A própria Oi tem a Portugal Telecom como uma das controladoras, e o Terra é da espanhola Telefônica.
A ideia de vender o iG existe desde agosto do ano passado, quando Francisco Valim assumiu o comando da Oi com a missão de alavancar as finanças da empresa e recuperar a capacidade de investimento. Sua obrigação era focar na infraestrutura, o que engloba acesso a telefonia, internet e TV paga.
Em 2009, depois da aquisição da Brasil Telecom, o grau de endividamento da operadora deu um salto, e os planos de investimento ficaram comprometidos. Em julho de 2011, com a entrada da PT, esses problemas foram amenizados, mas veio também a ordem de alterar o rumo em direção à rede de dados (internet e TV).
Redação Adnews
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