O comércio eletrônico
brasileiro nunca esteve tão bem. Cresceu 26% em 2011 e segue a passos
largos para cravar R$ 23,4 bilhões em dezembro, valor 25% maior que o do
ano passado. A boa safra se deve principalmente ao cenário
internacional, à redução da taxa básica de juros e também à entrada de
novos players como os varejistas regionais. Mas, de acordo com Thiago
Bacchin, CEO
da Cadastra, existe outro motivo que pode fazer com que sites de vendas
online recebam mais visitas e compras: o fomento às palavras-chave
erradas.
O esquema funciona da mesma maneira que a compra
de palavras tradicionais. O usuário procura por um determinado produto
ou marca, clica em buscar, e o nome aparece citado em links
patrocinados. As lojas que adquiriram o termo pesquisado aparecem no
topo da lista de resultados, só que, neste caso, seus nomes ou produtos
aparecem mesmo quando digitados errados.
"As pessoas que fazem as campanhas e as agências muitas vezes acabam se
esquecendo de comprar as variações com erros de ortografia. É em cima
dessas palavras mais difíceis, principalmente de produtos americanizados
ou produtos com nomes complicados que pode estar a melhor relação custo benefício, porque geralmente são palavras que as empresas não compram", explicou Bacchin.
As palavras escritas de maneira incorreta são muito pesquisadas,
principalmente entre as pessoas que estão na internet há pouco tempo ou
pessoas que nunca cogitaram adquirir produtos de marcas sofisticadas.
"Como é uma coisa nova, eles acabam digitando de qualquer jeito",
justificou o CEO.
É costume digitar um nome que não se tem certeza da ortografia
acreditando que o Google irá corrigir o erro, e é aí que entra a chance
de ganhar dinheiro com isso. Por exemplo, você procura por um perfume de
uma marca como Givenchy, mas não sabe como se escreve. Então coloca
"Jivenchi" e surge nos resultados um link da mesma loja vendendo os
perfumes, só que sob o nome Jivenchi.
"Se já tiver uma oferta dentro daquilo que a pessoa procurou com erro
de ortografia, ela provavelmente não vai se dar o trabalho de fazer uma
nova pesquisa do jeito certo. Ela vai ficar satisfeita
com o resultado que apareceu ali. E às vezes o resultado da empresa
aparece sozinho porque ninguém pensou nas palavras com erro de
ortografia ”, afirmou.
O custo das palavras-chave erradas é mais baixo que o das escritas de
forma correta, mas não há um preço fixo. Várias empresas fazem uso dessa
tática comercial, como a Perfumagi e a Saraiva, que é uma boa
oportunidade para atingir novos clientes.
Thiago Bacchin explica que empresas mais experientes em campanhas
digitais já entendem o benefício da variação na compra dos termos.
Por Kate Ferry
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