Iniciativa envolve, num primeiro momento, uma verba de R$ 8 milhões para quatro longas. Ações incluirão peças de teatro
Um novo modelo de merchandising em cinema foi anunciado pela Africa
Rio na manhã desta quarta-feira, 18. A iniciativa já atraiu o interesse
da Procter & Gamble que destinará R$ 8 milhões para quatro produções
nacionais: “Gonzaga de Pai para Filho”, “Muita Calma Nessa Hora 2”, “De
Pernas por Ar 2” e “Minha Mãe é uma Peça”. Em breve será anunciada uma
peça teatral que terá ações de merchandising também capitaneadas pela
agência.
A grande novidade deste formato de merchandising é que ele tem uma tabela de referência que servirá como base para as negociações de contrato no cinema e, posteriormente, no teatro, como já acontece na televisão. “No Brasil, essa relação com o cinema era intuitiva, não havia raciocínio estratégico, de business. Havia uma dificuldade de se chegar a um denominador comum com relação a valores. Agora temos algo palpável, a partir de onde se pode iniciar uma discussão, o que viabiliza a entrada mais objetiva de recursos”, explica PC Bernardes, presidente da Africa Rio.
A grande novidade deste formato de merchandising é que ele tem uma tabela de referência que servirá como base para as negociações de contrato no cinema e, posteriormente, no teatro, como já acontece na televisão. “No Brasil, essa relação com o cinema era intuitiva, não havia raciocínio estratégico, de business. Havia uma dificuldade de se chegar a um denominador comum com relação a valores. Agora temos algo palpável, a partir de onde se pode iniciar uma discussão, o que viabiliza a entrada mais objetiva de recursos”, explica PC Bernardes, presidente da Africa Rio.
Os valores da tabela são
calculados de acordo com a projeção do número de espectadores nas
salas, a venda em DVD, a exibição em TV fechada e, posteriormente, em TV
aberta, além de downloads. Desta forma, a agência prevê o impacto do
lançamento e o público que ele pode alcançar a longo prazo.
“Você
dá parâmetro. Pode dar certo ou errado, mas já é um parâmetro. E a
partir dai, vamos aprimorando. Com certeza não acertamos na mosca,
porque nada que começa acerta na mosca: bebê nasce careca. Mas começamos
a ter um padrão, um raciocínio, uma métrica. O cinema brasileiro é uma
indústria, ninguém tá aqui de mercenário. Vamos dar ao cinema, que é
esta indústria, um papel e a maior importância, que é o que ela
precisa”, comenta Nizan Guanaes, chairman do Grupo ABC.
Gabriela
Onofre, diretora de assuntos corporativos da P&G, lembra que ações
de merchandising em cinema já são parte da cultura do anunciante no
exterior. “Acreditamos tanto em fazer parte do conteúdo porque
precisamos ser apresentados. Você não traz uma pessoa desconhecida para
sua casa e o mesmo acontece com as marcas. No cinema temos uma maneira
muito leve fazer esta apresentação”, fala.
Ela lembra que a
P&G já faz este tipo de iniciativa com sucesso na televisão
nacional. “Um dos nossos grandes incentivadores foi o Luciano Huck. O
que fizemos com ele no Caldeirão deu muita química. Tanto que sentamos
juntos, ele até nos ajuda na construção da campanha e da propaganda. O
cinema hoje vive muito das leis de incentivo e do mecenato. E acho que a
grande coisa que faltava era a ponte, para a gente conseguir estar
desde o começo na criação. Isso faz as ações de merchandising naturais e
mais bacanas. Se não queremos ser intrusivos, não dá para chegarmos
quando o filme está pronto”, explica.
Para ela, a Africa será um
facilitador, já que conhece a alma de todas as marcas da Companhia e
poderá fazer um filtro para encaixá-las nas produções mais adequadas. “E
se construirmos juntos, desde o começo, teremos um produto a quatro
mãos. Apostamos que vamos puxar muitos anunciantes neste projeto”,
conclui.
A Downtown Filmes está a frente das produções que estão
envolvidas nesta iniciativa. Bruno Wainer, diretor da distribuidora,
acredita que, com esta parceria, será possível ter uma nova modalidade
de negócios que viabilizará a aumenta da oferta de filmes competitivos
no cinema nacional. “Hoje temos o ridículo número de oito filmes ao ano.
A gente precisa aumentar para 15, 20, 40 filmes para o cinema
brasileiro se firmar. E para isso precisávamos contar com outros
mecanismos que não apenas os de fomento e renúncia, que conseguem
financiar apenas oito projetos ao ano”, fala.
Já Leonardo
Monteiro de Barros, sócio da Conspiração Filmes e produtor de cinema e
TV, classifica esta iniciativa como mais um grande momento do cinema
brasileiro. “É fundamental a participação das marcas, das agências de
publicidade. É um sonho antigo do cinema, um desejo, que agora virou
realidade. É mais um passo no processo de profissionalização da
indústria do cinema brasileiro, juntando importantes players do mercado.
Uma ponta que faltava. Até já tinha se iniciado, mas agora adquire uma
consistência muito grande e sólida. A gente acha que vem uma nova onda
de felicidade econômica e artística dentro do cinema nacional”,
finaliza.
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