Uma marca forte vale muito. Faz a
diferença no momento de lembrar e escolher. Faz a diferença quando é
preferida incondicionalmente, sem avaliar as concorrentes. Faz a
diferença quando confere status ao consumidor e o predispõe a avaliar
positivamente o produto ou serviço. A marca acaba sendo a parte
tangível, expressiva, que reúne um conjunto de percepções sobre uma
empresa. Torna-se o ponto de contato: a identificação é o RG e o CPF
daquele produto.
Mas como construir uma marca forte? Não é uma tarefa trivial. Em
primeiro lugar, a oferta - o produto ou serviço - deve ser concreta,
honesta e diferenciada. Não há marca que compense deficiências na
entrega. Sua percepção será invariavelmente prejudicada. Mas o oposto
também ocorre: grandes produtos mal representados, marca sem apelo,
comunicação sem consistência. Desperdício.
O primeiro passo é o desenvolvimento da estratégia. A criação da marca é
o segundo passo, importantíssimo, que deve ser objeto de atenção e
investimento. Mas não é tudo. Criada uma boa marca, é preciso ativá-la -
botar em campo - e fazer a gestão da sua existência. São os três passos
fundamentais: criação, ativação e gestão. Nenhum deles sobrevive
sozinho. Uma grande marca, mal ativada, perde força. Uma grande marca,
implantada sem a devida gestão, perde-se no meio do caminho.
Ativar uma marca significa "bring the brand to life", isto é, dar vida à
marca. É preciso, em primeiro lugar, envolver o público interno no
desenho da marca e apresentar os valores envolvidos nessa ação. Trata-se
de uma grande oportunidade para integração de equipes e culturas
diferentes – críticas, em caso de fusões. Se os empregados não acreditam
e não vestem a camisa, esqueça. Não vai vingar.
Vencida esta desafiadora etapa, voltamos ao público externo, ao
mercado. E aí, seja através de publicidade, promoção, ponto de venda,
telemarketing, ou o que seja, vale a consistência entre o discurso
verbal e visual, vale a qualidade da mensagem. As ações de implantação
se sucedem, a marca está "em campo": papelaria, crachás, sinalização e
ambientação.
Contudo, é fácil se perder. A produção de comunicação descentralizada,
ou ainda os produtores de comunicação de uma grande empresa, nem sempre
está alinhada a uma única filosofia e, por isso, gera ruídos, que em
teoria, não devem acontecer.
Neste sentido, a gestão da marca torna-se parte fundamental do processo
e para haver controle é preciso desenvolver ferramentas que orientem
nas aplicações de marca (manuais de uso). O cuidado e alinhamento
permitem que a marca tenha a chance de se tornar grande, com discursos
verbal e visual totalmente alinhados.
Se a promessa da marca reflete a simbiose do discurso e do visual, este
é o melhor dos mundos. Com excelência na criação, na ativação e na
gestão, a marca torna-se um dos maiores ativos da empresa.
Artigo encaminhado por Carlos Dranger, diretor associado da Cauduro, empresa de branding e design
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