SIVA reúne 280 clássicos, expostos no Anhembi até o próximo domingo.
A 2ª edição do Salão Internacional de Veículos Antigos (SIVA) se parece
com o evento inaugural de 2011 apenas por alguns carros repetidos, o
mesmo carpete cinza em cada “estande” e a área do evento, que não
aumentou. Neste ano, o Salão cresceu de 250 para 280 exemplares (entre
modelos de exibição e destinados ao leilão), se profissionalizou com o
envolvimento da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) e
diversificou os tipos de automóveis apresentados. “Alcançamos nosso
objetivo de viabilizar o evento e já confirmamos que continuaremos em
2013, com novidades”, explica Hercules Ricco, diretor do SIVA.
A principal mudança na 2ª edição do evento foi no critério e no
processo de escolha dos carros exibidos. A FBVA pede aos mais de 100
clubes afiliados que indiquem, cada um, dois carros que representem as
associações. O clube do Ford Mustang, por exemplo, sugere dois carros
que simbolizem a essência do muscle-car americano, que sejam os mais
completos em termos de conservação e originalidade. A partir daí, uma
comissão vai escolhendo os automóveis e “equalizando” os clássicos por
década, marca, tipo e região. Antes, cada colecionador escolhia o que
levar ao evento.
“Queríamos evitar carros iguais. Nosso objetivo era garantir a
diversidade de conceitos, mostrar bons representantes da escola
europeia, equilibrando com os modelos norte-americanos e nacionais. Não
nos interessava ter 20 Camaros, 30 Fuscas, duas Ferraris e uma
Lamborghini. A ideia é distribuir o Salão de maneira heterogênea, e
mostrar ao público que os clássicos não se resumem a determinadas
décadas, marcas ou regiões”, reflete Henrique Thielmann, presidente da
FBVA. A idade mínima para cada carro, explica Thielmann, era de 30 anos.
“Os únicos carros expostos produzidos além de 1982 foram um Fusca
Itamar 86, um Opala 92 e um Lotus Emme 422T, que decidimos abrir exceção
pelo momento histórico em que foram lançados”, conta.
“Sua majestade, o colecionador”
Essa é a frase propagada pelo curador do SIVA 2012, Júlio Penteado.
“Fazemos o evento com o colecionador e para o público, esperando que ele
se torne também um colecionador no futuro”, completa.
E para facilitar o entendimento do público em relação aos carros
expostos, nesta 2ª edição eles foram agrupados conforme o país de
origem. Na ala dos americanos, destaque para o Ford Mustang Mach I – que
marca uma interrupção na linha, que deixaria de ser um muscle-car para
ser um Mustang mais compacto –, os três Mustangs fastback, considerados
raros, e o Pontiac Trans Am, cujo dono o adquiriu 0 km.
Já no espaço reservados aos esportivos europeus, a Lamborghini Espada
tem um dos desenhos mais exóticos – do tipo “ame ou odeie” – do evento.
Ao seu lado, um raríssimo Iso Griffo 77 e um Mercedes-Benz 300S Coupé
1954.
Os visitantes também poderão entender melhor alguns projetos
genuinamente brasileiros, como os Volkswagen SP2 e Karmann Ghia TC, além
do Puma GT, do Brasinca Uirapuru e do Malzoni GT. Nessa edição, eles
foram destacados dos carros nacionais, que mantiveram seu espaço com
modelos como Opala, Fusca, Corcel, Simca Chambord, entre outros.
2013
O SIVA não coincide com o GP do Brasil de Fórmula 1 à toa. A ideia,
segundo Thielmann, não é só atrair o público que vai ver a corrida para o
Salão: “queremos difundir o antigomobilismo brasileiro. E a estratégia
será, cada vez mais, trazer a caravana que trabalha na F-1, como
dirigentes de equipes, comissários, ex-pilotos, para o SIVA. Quero que o
mundo saiba que o antigomobilismo nacional é forte e tem carros raros e
de qualidade”.
O presidente da FBVA é categórico ao projetar o grande desafio para o
SIVA 2013: “teremos que pensar num novo conceito, mantendo a essência,
mas com uma nova forma de leitura do Salão. E aí a renovação dos carros
expostos será uma consequência”.
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