Agências de marketing promocional e anunciantes tentam se aproximar no evento HotPopCorn, da Hands
As concorrências de marketing promocional foram o tema da 3ª edição do
HotPopCorn, evento da Hands que se dispõe a tratar dos assuntos mais
quentes do mercado e que tem como anfitrião Marcelo Lenhard (foto),
presidente da agência.
A principal conclusão do fórum, ocorrido
nesta terça-feira, 18, em São Paulo é que, diante da dificuldade de
normatização das concorrências, as atitudes tomadas em conjunto entre
agências e os setores de marketing e compras podem tornar essa relação
melhor do que é hoje. “Precisamos trabalhar a seis mãos: duas da
agência, duas do marketing do cliente e duas do setor de compras”,
aponta Antonio Scannapieco, gerente de grupo de compras da
Procter&Gamble.
Mas diante do slogan “Os assuntos mais
quentes do mercado”, a pitada de pimenta apareceu. Embora não acusassem
os anunciantes presentes, chamados a todo instante de “exceções”, elas
reclamaram das concorrências predatórias, que parecem ainda ser a regra
no mercado. “Sou contra concorrência job a job. Para criar brindes do
McDonald´s, por exemplo, tudo bem. Mas para estratégia promocional,
temos que ter comprometimento de médio e longo prazo”, afirma Mentor
Muniz Neto, vice-presidente executivo de criação da Bullet. Para ele, o
marketing promocional perdeu força na “briga” pelo preço com os
anunciantes porque estes souberam avançar na negociação, com o
estabelecimento de setores de compras. “Este movimento não foi
acompanhado do lado da agência”, aponta.
“No mercado de BTL,
as coisas são mais complicadas do que na publicidade. O nosso mercado é
relativamente novo e, até por isso, a realidade de hoje é degradante. Há
muito consumo inútil de recursos em concorrências com muitos
participantes”, acusa José Boralli, presidente da BFerraz. “A barreira
da degradação do negócio está próxima e a pressão sobre os custos está
muito grande”, atesta Kito Mansano, presidente da Associação de
Marketing Promocional (Ampro).
Do lado dos anunciantes, uma
reclamação constante é que as agências não buscam novidades. “Muitas
conquistam a conta e acham que não precisam fazer mais nada. Elas
precisam ficar atentas, porque isso pode provocar a commoditização da
comunicação. É como se eu estivesse comprando borracha”, afirma Gustavo
Diamont, vice-presidente de marketing da Nextel.
Mas
reconhece-se, ao menos, que os anunciantes precisam se atentar às
condições quando elas se tornam degradantes. “Em concorrências com
muitos participantes, existe um abuso de bancos de ideias, que é uma
prática lamentável. O anunciante precisa se preocupar com a saúde dos
prestadores de serviço. Não adianta querer pagar em 90 dias, porque ele
vai quebrar”, completa Izael Sinem Jr, diretor de comunicação ao
consumidor da Nestlé.
A Ampro tem uma iniciativa no sentido de
tentar diminuir a quantidade de empresas participantes em concorrências.
O projeto “4orPay” pede que os anunciantes tenham no máximo quatro
agências pré-selecionadas. A cada empresa extra, ele deveria remunerar
cada agência com um valor entre 1% do total do projeto, com teto de R$ 5
mil. “E isso sequer fica perto de cobrir os custos das agências com a
participação em concorrências”, diz Mansano.
Em 2013, o
HotPopCorn será ampliado para as universidades e terá dois encontros
fechados para convidados. Um deles discutirá a “juniorização” do
profissional de marketing e questionar se eles estão preparados ou não
para as demandas do mercado.
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