Pesquisa mostra que marca se tornou um atributo fundamental na decisão de compra do consumidor da nova classe média
Pesquisa feita pela consultoria GS&MD — Gouvêa de Souza aponta
que dois em cada três consumidores que comparam atributos antes da
compra examinam as marcas disponíveis antes de optar pelo produto ou o
serviço a ser adquirido. O preço, é verdade, continua o principal fator
de decisão: nove entre dez consumidores dizem ser este o item mais
importante na hora do confronto entre as opções no ambiente de varejo.
Em estudos desta natureza e com este público feitos há dez anos, as
marcas apareciam com muito menos importância, diz sócio sênior da
GS&MD, Luiz Goés. “As pessoas entravam nas lojas onde tinham a
possibilidade de conseguir crédito e escolhiam um produto que coubesse
no bolso delas. Hoje já comparam os benefícios de cada uma das marcas”,
avalia Góes. Segundo ele, isso é um indicador de que o mercado passa por
um momento de transição, no qual o velho binômio produto-preço
utilizado pela comunicação de varejo tem que migrar para um trinômio
produto-preço-marca.
O cartão de crédito é um dos cinco principais serviços que a nova
classe média estudada pela Gouvêa de Souza passou a consumir nos últimos
dois anos. O vice-presidente de novos negócios da Mastercard para
Brasil e Cone Sul, Alexandre Magnani, ressalta que o crescimento da
participação do público nos negócios da empresa é vigoroso. “Hoje,
praticamente um terço dos cartões que emitimos com a nossa bandeira são
distribuídos por meio de varejistas, independentemente de parceria com
bancos. Este produto está diretamente ligado à população de classe C”,
relata.
Realizado em junho deste ano, na cidade de São Paulo, o estudo ouviu
360 consumidores, homens e mulheres, que migraram de classe social D/C2
para B2/C nos últimos cinco anos. Em 2007, 50% destes entrevistados
pertenciam à classe D, 21%, à C2, e 29%, à C1. Atualmente, a metade
deles está dentro da classe B2; 29%, na C1 e; 21%, na C2. “O desafio
para as marcas e os comerciantes é aproveitar a presença do consumidor
no ambiente de varejo e seduzi-lo a converter a atração em compra
naquele momento, para a sua marca”, acredita Góes.
Este texto faz parte da reportagem especial Varejo, publicada nesta edição (nº 1523) de Meio & Mensagem
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