A venda de carros de passeio e veículos comerciais leves
zero-quilômetro no país sofreu tombo violento, de 10,3%, em abril último
na comparação com abril de 2011, forte a ponto de levar a Fenabrave
(entidade que representa os revendedores de veículos do país) a
divulgar, nesta quinta-feira (3), uma revisão pessimista para sua
previsão de crescimento do mercado em 2012. Especialistas acreditam que o
setor seguirá crescendo em 2012, mas com velocidade menor que a
imaginada inicialmente: a previsão de alta no fim de dezembro agora é de
3,5%, ante 4,5% do prognóstico anterior, o que levaria o total de
emplacamentos do ano a 3,545 milhões de novas unidades.
Com receio e tendo menos crédito à sua disposição, o consumidor não
apenas comprou menos, como também passou a selecionar melhor o que
colocar na garagem. O resultado é que a venda de modelos mais básicos,
com motor 1.0, teve queda de 26% no último mês -- no ano, o acumulado é
de 15% --, indicando que este tipo de produto despencou na preferência
do brasileiro, confirmando algo que o jornalista especializado Fernando
Calmon, colunista de UOL Carros, havia adiantado (saiba mais aqui).
Paralelamente, motorizações entre 1 e 2 litros (de modo geral, 1.4, 1.5, 1.6 e 1.8) venderam 2% mais (no ano, o salto já é de 6%). Carros com motores de capacidade acima dos 2 litros, invariavelmente mais caros, também apresentaram queda considerável (15% em abril, 8% desde janeiro).
Há dois problemas neste cenário. O primeiro envolve matemática financeira: carros mais potentes são mais caros e têm custo de manutenção maior, quando esta é necessária, levando o comprador a ficar mais endividado e por mais tempo; esta situação alimenta um círculo vicioso que ajuda a diminuir a oferta de crédito, aumentar a taxa de juros e complicar a compra do carro novo.
O segundo problema é de planejamento do setor, que teria ficado alheio à mudança de comportamento do brasileiro: "A indústria não acompanhou o ritmo de consumo", avalia Tereza Fernandez, da consultoria MB Associados, ligada à Fenabrave. Assim, o consumidor "teve de se voltar para os carros importados", para satisfazer seu desejo por modelos maiores e mais potentes, mas acabou podado pelo aumento do IPI para marcas estrangeiras. Ou seja, mesmo com a boa vontade do comprador, o ambiente contribui para a queda de vendas.
Paralelamente, motorizações entre 1 e 2 litros (de modo geral, 1.4, 1.5, 1.6 e 1.8) venderam 2% mais (no ano, o salto já é de 6%). Carros com motores de capacidade acima dos 2 litros, invariavelmente mais caros, também apresentaram queda considerável (15% em abril, 8% desde janeiro).
Há dois problemas neste cenário. O primeiro envolve matemática financeira: carros mais potentes são mais caros e têm custo de manutenção maior, quando esta é necessária, levando o comprador a ficar mais endividado e por mais tempo; esta situação alimenta um círculo vicioso que ajuda a diminuir a oferta de crédito, aumentar a taxa de juros e complicar a compra do carro novo.
O segundo problema é de planejamento do setor, que teria ficado alheio à mudança de comportamento do brasileiro: "A indústria não acompanhou o ritmo de consumo", avalia Tereza Fernandez, da consultoria MB Associados, ligada à Fenabrave. Assim, o consumidor "teve de se voltar para os carros importados", para satisfazer seu desejo por modelos maiores e mais potentes, mas acabou podado pelo aumento do IPI para marcas estrangeiras. Ou seja, mesmo com a boa vontade do comprador, o ambiente contribui para a queda de vendas.
Em abril, as vendas somente de automóveis e comerciais leves --
principal filão do setor -- somaram 244.853 unidades. Desde janeiro,
foram 1.017.506 emplacamentos, contra 1.050.502 acumuladas no mesmo
período em 2011 (-3,14%). Considerando também o segmentos de caminhões,
ônibus e motocicletas, menos aquecidos, as vendas alcançaram 406.696
unidades (1.714.720 no acumulado do ano). Em 2011, os números indicavam
451.399 unidades no mês de abril e 1.759.095 no acumulado.
MAIS VENDIDOS
Três mudanças configuram a lista de mais vendidos do país no mês de abril. A principal diz respeito à volta do Gol (G4 e G5) ao topo do ranking mensal e anual, neutralizando o triunfo anterior do rival Uno (novo Uno e Mille). No pelotão intermediário, o pequeno Celta ultrapassou o mais espaçoso Sandero. Por fim, o renovado Siena voltou a figurar entre os 15 mais vendidos e, de quebra, passou seu novo rival Cobalt. É bom lembrar que o carro da Fiat tem agora duas configurações, a mais recente oferecendo maior espaço, equipamentos e (mais importante) apenas motores de maior capacidade (1.4 e 1.6) e a antiga, posicionada como versão de entrada, com motores 1.0 e 1.4, para bombar os números). Veja como fica o listão dos 15 mais; entre parênteses, há o total acumulado de emplacamentos no ano:
1. Volkswagen Gol -- 19.684 (78.357)
2. Fiat Uno -- 16.241 (75.409)
3. Fiat Palio -- 10.999 (47.405)
4. Volkswagen Fox/CrossFox -- 10.460 (43.161)
5. Ford Fiesta -- 8.631 (34.601)
6. Fiat Strada -- 8.590 (34.514)
7. Chevrolet Celta -- 7.583 (36.157)
8. Renault Sandero -- 6.828 (26.942)
9. Chevrolet Classic -- 6.531 (30.845)
10. Volkswagen Voyage -- 5.864 (26.862)
11. Volkswagen Saveiro -- 5.136 (20.570)
12. Fiat Siena/Grand Siena - 5.110 (16.866)
13. Chevrolet Cobalt -- 5.109 (20.735)
14. Toyota Corolla -- 4.416 (16.558)
15. Chevrolet Agile -- 4.083 (19.722)
2. Fiat Uno -- 16.241 (75.409)
3. Fiat Palio -- 10.999 (47.405)
4. Volkswagen Fox/CrossFox -- 10.460 (43.161)
5. Ford Fiesta -- 8.631 (34.601)
6. Fiat Strada -- 8.590 (34.514)
7. Chevrolet Celta -- 7.583 (36.157)
8. Renault Sandero -- 6.828 (26.942)
9. Chevrolet Classic -- 6.531 (30.845)
10. Volkswagen Voyage -- 5.864 (26.862)
11. Volkswagen Saveiro -- 5.136 (20.570)
12. Fiat Siena/Grand Siena - 5.110 (16.866)
13. Chevrolet Cobalt -- 5.109 (20.735)
14. Toyota Corolla -- 4.416 (16.558)
15. Chevrolet Agile -- 4.083 (19.722)
FABRICANTES
Os dados da Fenabrave indicam ainda que a Fiat segue líder de mercado entre montadoras, considerando as vendas de automóveis e comerciais leves, com uma fatia de 21,86% de participação vendas em abril.
Em segundo lugar, vem a Volkswagen, com 20,8%. Chevrolet e a Ford têm,
respectivamente, 16,9% e 9,8%. A Renault aparece em quinto lugar, com
6,76%. Nissan (3,52%), Honda (3,49%), Hyundai (2,92%), Citroën (2,32%) e
Toyota (2,25%) completam o rol das dez mais.
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