Hatches
médios estão entre os melhores do segmento disponíveis no Brasil
Carsale - Difícil encontrar uma dupla de hatches
médios no Brasil como essa que aparece nas fotos. Tanto o novo Cruze Sport6 LTZ
quanto Bravo T-Jet têm competência acima do que pode ser considerado razoável
hoje em dia entre os modelos do segmento vendidos no mercado brasileiro. Ambos
contam com um pacote de equipamentos de série atípico, que inclui controle
eletrônico de estabilidade (ESP), freios ABS, sistema de som com principais
controles no volante e rodas de aro 17 polegadas. Mas como tudo que é bom tem
um preço à altura, os dois estão longe de serem acessíveis. Considerando as
duas versões topo de linha, o Chevrolet custa a partir de R$ 77.400 e o Fiat,
R$ 68.950.
Assustou pela diferença de quase R$ 10 mil? Calma, o Bravo T-Jet precisa receber vários opcionais para ficar com o mesmo nível de equipamentos do Cruze Sport6 LTZ. Com sistema de navegação (GPS), acionamento automático dos faróis e do limpador de para-brisa, airbags laterais e de cortina, teto solar e rebatimento automático dos retrovisores externos, o Fiat chega a custar R$ 82.565, passando a ser mais caro que o rival da Chevrolet. E esse não é o valor máximo do Bravo topo de linha. Com lâmpadas de xenônio, monitoramento da pressão dos pneus, sensores nos para-choques dianteiros e som de alta fidelidade com subwoofer no porta-malas, o carro chega a salgados R$ 87.939.
Bem, apesar dos valores pouco convidativos, o Cruze Sport6 acaba tendo uma relação custo-benefício um pouco melhor, ainda mais considerando a qualidade de acabamento e refinamento técnico. Explico melhor: um bom exemplo é o sistema de navegação por satélite, que no GM vem com uma tela de resolução bem maior que a do Fiat. Além disso, é mais prático de ser usado, principalmente pelos comandos mais fáceis de serem manuseados. Os materiais usados no interior também causam melhor impressão no Cruze que no Bravo. Da empunhadura do volante até as maçanetas das portas, em quase tudo o GM é mais caprichado, digamos. Também depõe a favor do Cruze o espaço interno um pouco maior, principalmente para quem vai sentado no banco traseiro, já que os porta-malas são praticamente iguais (400 litros no GM e 402 no Fiat), levando em conta os dados das fabricantes.
Um ponto em comum em ambos é o apelo esportivo, mais evidente no Bravo por detalhes como os apliques que imitam fibra de carbono no painel e os ponteiros do quadro de instrumentos que ficam de pé quando estão em repouso (como nos modelos da Alfa Romeo). Os filetes vermelhos nos bancos , na manopla da alavanca de câmbio, entre outras partes, também contribuem com o aspecto mais ligado à esportividade. Porém, o que deixa claro o tempero mais apimentado do Fiat é o desempenho, como pode ser constatado pelas medições do Instituto Mauá de Tecnologia na pista de testes, como veremos no próximo parágrafo. Entretanto, ao volante do GM, o motorista tem melhor ângulo de visão, tanto pelos retrovisores quanto pela maior área envidraçada, o que facilita as manobras, principalmente no trânsito do dia a dia.
Pisando fundo no acelerador é que o Bravo T-Jet acaba deixando em dúvida o sobrenome Sport do rival da GM. Pelas medições do IMT, o Fiat superou com folga o Chevrolet em todas as provas de desempenho. Além disso, os números do Cruze não se parecem com os de um carro com apelo esportivo. Para acelerar de 0 a 100 km/h, o Bravo precisou de apenas 8,9 segundos, ante 11,3 s do Cruze. Na retomada de 40 a 120 km/h, em terceira marcha, foram 11,7 segundos no Fiat e 15,2 no GM. E o baile continua na aceleração do primeiro quilômetro, partindo da imobilidade: 32 segundos no Cruze (com velocímetro marcando 163,1 km/h) e 30,5 no Bravo (tempo para atingir 172,5 km/h). Frenagem? Também deu Fiat: vindo a 80 km/h e pisando forte no pedal, o T-Jet precisou de 35,1 metros, ante 41,3 m do LTZ Sport6. E olha que os pneus do GM são um pouco mais largos, com maior área de contato com o solo (225/50R 17 ante 215/45R 17). Os dois são bons de curva, ajudados pelo controle de estabilidade, mas o Bravo é um pouco mais firme, com menos inclinação da carroceria. Em contrapartida, perde conforto.
A dupla foi testadas com câmbio manual de seis marchas, outro ponto em comum entre ambos. Os engates do GM se mostraram mais fáceis e precisos e com alavanca mais bem posicionada. Porém, o motor Ecotec 1.8, de 144 cavalos, não teve o mesmo fôlego que o 1.4 turbo de 152 cv do Fiat. Os dois contam com duplo comando de válvulas e são importados. Mas as respostas do Bravo são mais ágeis, mesmo em rotações mais baixas, apesar da menor cilindrada. Há mais força disponível no modelo da marca italiana. São 23 kgfm a 3.000 rpm com a função Overboost ligada, ante 18,9 kgfm a 3.800 rpm no hatch da GM. Na prática, tudo isso significa que as ultrapassagens são feitas com mais facilidade no Bravo em qualquer situação, seja na estrada ou no trânsito pesado, ajudado pela melhor relação peso-potência (9 kg/cv ante 9,8 kg/cv). Mas exceto pelo desempenho, o Cruze transmite mais conforto, com uma suspensão mais bem ajustada e menos ruídos internos (sim, porque o motor 1.8 é mais ruidoso que o 1.4 turbo da Fiat).
Veredicto
O recém-lançado Cruze Sport6 sai com uma vitória apertada contra o competente Bravo T-Jet, meio esquecido no mercado, apesar das suas qualidades. No cômputo geral, deu GM pelo conjunto da obra. Quando o assunto é desempenho, o Fiat é superior, sem dúvida. Mas apetite por asfalto não é tudo. Em outros aspectos importantes (veja quadro de notas), o Cruze se sai melhor e ainda se mostra um carro bem equilibrado, apesar do fôlego mediano. De qualquer forma, os dois figuram entre os melhores do segmento, pelo menos antes da chegada das novas gerações de Focus (em 2013), i30 (no segundo semestre desse ano) e Golf (ainda sem definição).
Outro aspecto que prejudica o Bravo em relação ao Cruze é o fator custo-benefício não apenas levando em conta os itens de série, mas também pelo Fiat ser um verdadeiro esportivo e turbinado, sofrendo mais na hora de fazer seguro que o concorrente. Lançado em junho do ano passado, depois das outras versões, o modelo da marca italiana não recebeu nenhuma novidade desde então. Cogita-se que será substituído, em 2014, pela versão hatch do Dodge Dart.
Avaliação Carsale
Chevrolet Cruze Sport6
Fiat Bravo T-Jet
Posição de Dirigir
Acabamento
Segurança
Estilo
Consumo
Custo/Beneficio
Itens de série
Espaço Interno
Desempenho
Ergonomia
Conjunto mecânico
Conforto
Avaliação Carsale
4,25
4
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