Marca aposta em celebridades para se aproximar dos consumidores e se destacar na categoria de smartphones. Empresa espera crescer junto com o mercado brasileiro
Como reposicionar uma marca ligada ao mundo corporativo para ser tornar provedora de serviços a todos os tipos de usuários? Este é o desafio que a Research in Motion (RIM) tem para fazer a Blackberry crescer junto com a expansão do mercado de smartphones no Brasil. Sob o conceito “Para diversão. Para o trabalho. Para tudo”, a companhia pretende transmitir para os brasileiros que a marca oferece aplicativos, sistema operacional e aparelhos adequados para a necessidade de cada consumidor e busca se destacar no mercado de smartphones.
A mudança
de planejamento da empresa surgiu após uma pesquisa com o público
brasileiro em que os executivos da marca perceberam que a Blackberry era
atrelada ao mundo dos negócios. Com intuito de mudar esta perspectiva e
aumentar o seu campo de atuação, a companhia elaborou uma grande
plataforma de comunicação com celebridades nacionais para transmitir a
ideia de que o Blackberry é para todos.
A RIM está de olho no crescimento de vendas de smartphones no país, que
fechou 2011 com uma aumento de 179%, comparado a 2010, segundo a
Nielsen. “Nossa ação está relacionada à mudança que houve no mercado
brasileiro, que cresce a cada ano. O país já é a sexta economia mundial
e, daqui a quatro ou cinco anos, nossas estatísticas apontam que se
tornará a quinta potência. Para nós é um mercado muito enorme, atrativo e
queremos seguir crescendo e investindo”, ressalta Guillermo Gasparini, Diretor de Marketing da Research in Motion, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Planejamento de comunicação
Pela primeira vez, a empresa canadense mobiliza uma plataforma de comunicação totalmente voltada para o público brasileiro. A partir deste projeto, a RIM deseja mostrar um comprometimento maior com os usuários do Brasil e realçar todas as funções que um Blackbery oferece, tanto para trabalho quando para a diversão.
Para isso, a companhia contou com as celebridades Malvino Salvador,
MariMoon, Sabrina Sato, Tony Belotto e João Dória Jr. em peças que
circularam nos canais de TV a cabo, jornais, revista e na internet. A
comunicação intitulada “Qual o seu outro lado?” mostra as atividades dos
artistas diferentes daquelas conhecidas do grande público.
“Com a plataforma, buscamos nos comunicar com públicos de várias faixas
etárias e gêneros. A Marimoon, por exemplo, dialoga com um público
jovem e está presente nas redes sociais. Temos o João Dória que atinge o
consumidor corporativo, além de Sabrina Sato que impacta um público
adulto, mais geral, de mulheres e homens de diferentes classes sociais”,
diz Gasparini
Desempenho no mercado
Após grande sucesso no segmento corporativo na última década, a marca tem sofrido com a chegada dos modelos de iPhone no mercado. A revolução tecnológica trazida pela Apple abriu caminho para outros concorrentes, como o sistema operacional Android. Atualmente o Blackberry luta para se manter entre os mais vendidos. Segundo o levantamento do Instituto Gartner, em 2011 foram vendidos 51,5 milhões de Blackberries, enquanto o iPhone alcançou o número de 89,2 milhões de unidades.
Como consequência, a RIM caiu de 3,1% de mercado para 2,9% em 2011, em
comparação com ano anterior, e saiu da quarta para a sexta posição no
ranking das maiores fabricantes, atrás de Samsung, Nokia, Apple, LG
Eletronics e ZTE. Para retomar seu espaço no mercado, a empresa passou a
investir em aplicativos e conexões com as redes sociais em seus
aparelhos.
O serviço de mensagens instantâneas do Blackberry BBM, por exemplo, foi
integrado este ano aos aplicativos de Facebook e Twitter,
possibilitando aos usuários publicar simultaneamente em ambos os locais.
Desenvolvimento da marca
A RIM também realizou a integração do BBM com os aplicativos da App World, permitindo que os internautas divulguem entre os seus contatos links dos softwares que acabaram de baixar. Atualmente, a marca conta com 800 títulos integrados ao BBM, desde que a RIM abriu a possibilidade para desenvolvedores.
No início do ano, a Blackberry promoveu o concurso “Desenvolvimento de
Jogos Nativos”, para incentivar os desenvolvedores de games
latino-americanos a criarem jogos para versão 2.0 do sistema operacional
do tablet Blackberry PlayBook. O tablet da marca também não conseguiu
concorrer com a Apple e teve resultado decepcionante. Segundo uma
pesquisa da GFK, a principal reclamação dos consumidores é que o
aparelho custava o mesmo que um iPad, mas não tinha todas as funções do
concorrente.
“O mundo das telecomunicações é muito competitivo, mas isso também faz
com que o mercado cresça e se torne cada vez mais dinâmico. Acredito que
tem espaço para muitas marcas e vários tipos de smartphones e
plataformas. O nosso sistema operacional 7.0 tem tudo e faz as mesmas
coisas que as outras principais marcas do mercado”, declara Gasparini.
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