quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Jogos 'indies' podem transformar Brasil em potência nos games

Como transformar o Brasil em uma potência na indústria de games? Segundo Rafael Rodrigues, produtor executivo da Aquiris, a resposta é uma só: o investimento em games "indies", ou independentes --jogos digitais produzidos por uma pessoa ou por pequenas equipes, sem o apoio de grandes empresas ou largas cifras de orçamento.

Rodrigues falou às 16h desta quarta-feira (5) no Brasil Game Show, evento de jogos digitais que acontece no Rio de Janeiro.
"Pensar pequeno é a chave", diz Rodrigues. "Nós podemos concorrer com grandes produtoras estrangeiras de games, mas é como comparar cinema nacional e Hollywood. Não podemos pensar em fazer maior e melhor. Temos que conquistar o espaço aos poucos, e os games indies são um ótimo caminho para isso."

Divulgação
Imagem do game Braid, que tem versões para Xbox 360, PlayStation 3, Windows, Mac OS X e Linux
Imagem do game Braid, que tem versões para Xbox 360, PlayStation 3, Windows, Mac OS X e Linux
Rodrigues citou Braid, jogo disponível para Xbox 360, PlayStation 3, Mac OS X e Windows, como exemplo de jogo indie bem sucedido. Foi produzido e bancado pelo desenvolvedor Jonathan Blow e vendeu mais de 50 mil cópias no dia de lançamento, em 2008. World of Goo, joguinho disponível para dispositivos com iOS, é outro expoente indie.
No Brasil há o Audax: Prelude (veja vídeo abaixo), protótipo indie desenvolvido por alunos da UFRJ e finalista da categoria de jogos independentes da Festival de Jogos, premiação promovida pelo Brasil Game Show.
Os jogos casuais, sociais e móveis são uma oportunidade de ouro para os games indies. O mercado de games já é o terceiro do mundo (apenas atrás das indústrias bélica e automobilística): são US$ 74 bilhões movimentados pelo setor por ano. Cerca de 10% desse valor já é a fatia da trinca casual/social/móvel --um nicho que nem existia há cinco anos.
O público desse nicho, chamado por Rodrigues de softcore, não liga para gráficos de última geração, enredos ultracomplexos ou comandos elaborados. Esses jogadores prezam pela diversão e pela simplicidade, o que torna o desenvolvimento mais fácil e com menos despesas. "Alguns desses jogos são feitos em Flash e fazem o maior sucesso", completa.

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