Após dois meses em deflação, os alimentos voltaram a subir em agosto (0,72%) na esteira da alta das commodities no mercado internacional, de problemas climáticos e de maiores custos de produção, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em junho e julho, os alimentos tiveram taxas negativas (-0,26% e -0,34%, respectivamente) e foram responsáveis pela desaceleração do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O índice registrou quedas de 0,15% e 0,16% naqueles meses, respectivamente. Em agosto, a taxa acelerou para 0,37%.
Inflação sobe 0,37% em agosto e acumula 7,23% em 12 meses
Serviços representam um terço da alta da inflação, aponta IBGE
Salários mantêm ganho acima da inflação
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"Agora, o grupo alimentação voltou a pressionar e puxou o IPCA novamente para cima, acompanhando a evolução dos preços alimentícios", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
A economista ressalta que, em agosto, os principais produtos alimentícios e com pesos significativos no IPCA subiram.
Entre eles, estão carnes, alta de 1,84% em agosto, o açúcar (3,90%), arroz (1,82%), frango (2,74%) e feijão (0,58%).
"O prato típico do brasileiro subiu em agosto", disse.
Segundo Nunes do Santos, as carnes aumentaram por conta da entressafra e dos custos mais altos das rações em razão da alta de soja e milho no mercado internacional.
O aumento, diz, puxou também o preço do frango principal substituto da carne.
No ano, os alimentos acumulam alta de 3,51%. Em 12 meses, somam variação de 10,41%. A alta supera a do IPCA (7,23%) e representa o principal foco de pressão da inflação no período.
OUTROS GRUPOS
No caso do vestuário, a elevação em agosto (0,67%) se deve ao aumento do preço do algodão e do fim do período de promoções, segundo Nunes dos Santos.
Já os itens de transporte, que haviam acelerado em julho, perderam força em agosto por conta da queda da gasolina (-0,14%) e da menor pressão do etanol (0,30%), além da redução dos preços de passagens aéreas e veículos.
"Os transportes ajudaram a conter a inflação. Não fossem por eles o IPCA poderia ter uma variação mais alta", disse Nunes dos Santos.
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