segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Metalúrgicos do ABC fecham acordo salarial por dois anos


Os metalúrgicos do ABC paulista aprovaram neste domingo (28) acordo salarial com as montadoras no qual ficou definido um aumento real para 2011 e 2012. O acerto prevê reajuste dos salários de 10% neste ano, a partir de 1º de setembro. O valor considera a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) até a data-base da categoria, de 7,26%, e um aumento real de 2,55%. O novo piso salarial da categoria foi definido em R$ 1,5 mil. Para quem ganha mais de R$ 8,4 mil por mês, o salário terá reajuste fixo de R$ 840.

Para 2012, ficou acertada a aplicação de um aumento real de 2,39% mais a variação da inflação no período.
O acordo beneficiará 36 mil trabalhadores das montadoras Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e Toyota. Essas condições também devem ser levadas às negociações por outras categorias, incluindo a de trabalhadores de empresas de autopeças e fundição da região composta pelos municípios de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. São, ao todo, 108 mil metalúrgicos que trabalham na região.
O acordo, além do aumento real de 5% dividido em dois anos, inclui abono de R$ 2,5 mil em 2011 e em 2012 (este, corrigido pela inflação) e ampliação da licença-maternidade de 120 dias para 180 dias.
Em documento publicado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o presidente da entidade, Sérgio Nobre, destacou o avanço das negociações - os trabalhadores haviam recusado proposta anterior da classe patronal que previa aumento de 8,6%. Além do porcentual mais elevado, a definição de um aumento real para dois anos reduz as preocupações dos trabalhadores em um momento de incertezas em relação à economia mundial.
Concluída a negociação, Nobre quer priorizar o debate sobre a produção nacional. "Queremos a engenharia aqui, queremos desenvolver os carros aqui, pois só uma produção forte garante o desenvolvimento econômico e os postos de trabalho com qualidade", destacou. A preocupação da categoria está associada ao avanço de veículos importados, principalmente daqueles fabricados na China. "Esses carros destroem nossa economia. Vale lembrar que comprar carros chineses é apoiar uma ditadura civil e militar que explora o trabalho escravo", complementou.

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