A corrida por ativos reais começou. Com a instabilidade nos EUA e na Europa, cresce a demanda por investimentos considerados seguros, como imóveis e ouro.
Aplicar em imóveis, porém, exige um grande volume de recursos, especialmente com a alta de preços no Brasil. Já a compra de ouro pode ser difícil para iniciantes.
Por conta disso, ganham espaço investimentos em fundos lastreados nesses ativos.
O número de cotistas nos fundos imobiliários cresceu 37,6% entre dezembro de 2010 e junho último, segundo a BM&FBovespa.
Santander, Banco do Brasil, Itaú e HSBC reforçaram a venda de fundos de ouro -o metal atingiu na terça-feira o recorde de R$ 96,50 o grama.
"Momentos de crise são benéficos para a captação dos nossos fundos", diz José Alves, sócio da TRX Realty, gestora de fundo imobiliário.
"Com um fundo, você tem a possibilidade de investir em imóveis com uma poupança menor", diz Carlos Martins, responsável pela área na Kinea, gestora ligada ao Itaú.
Além de diversificar a aplicação em imóveis com poucos recursos (há fundos a partir de R$ 10 mil), o rendimento é isento do IR -há taxação sobre o ganho de capital só na hora de vender a cota.
Quem compra imóveis tem o consolo de, se tudo der errado, ter o bem "em mãos".
"O investidor não é proprietário, ele trocou o tijolo pela cota", diz Martins.
"Imóvel sempre valoriza e rende aluguel. Tem de procurar lugares onde a oferta é menor do que a procura", diz a corretora Ligia Zaborowiski.
Ela comprou apartamento de 54 m², avaliado em R$ 700 mil, na avenida Juscelino Kubitschek (zona sul de São Paulo), que ficará pronto em 2014. Espera perto de R$ 10 mil por mês com a locação para executivos (1,42% ao mês, ou 148% do CDI, taxa que nenhuma aplicação paga).
O Santander tem um fundo de investimento em ouro aberto para clientes do "private". A aplicação começa em R$ 50 mil. O fundo tem capital protegido -permite ganhar na alta e na baixa.
"Investir em ouro diretamente é muito difícil. Nosso fundo ainda tem a garantia do capital. A contrapartida é a falta de liquidez.
Quem coloca o dinheiro tem de ficar 12 meses sem resgate", diz Aquiles Mosca, superintendente do Santander.
"Ouro é o hedge [proteção] do mundo quando as coisas não vão bem. Comprar fundo pode ser bem prático, mas tem de ficar de olho no custo", afirma Amyra El-Khalili, ex-operadora de ouro da antiga BM&F.
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