A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou nesta terça-feira (6) os dados oficiais de vendas de outubro, que teve 22 dias úteis (setembro teve 19 dias). As vendas cresceram 17,77% em relação a setembro, para 326.917 automóveis e comerciais leves.
O crescimento também se estendeu para os outros setores: as vendas
de motos subiram 16,89% (para 134.736 unidades, ante 115.271 em
setembro) e o mercado de caminhões e ônibus evoluiu 40,34% (14.746
veículos vendidos em outubro e 10.507 em setembro). No total, todo o
setor (que inclui carros, comerciais leves, motos e pesados)
vendeu 496.580 unidades em outubro, número 18,2% maior que o de
setembro.
HISTÓRIAS QUE OS NÚMEROS CONTAM
Os dados de outubro da Fenabrave mostram que o destino de alguns modelos está selado e também como o novo regime automotivo reflete fortemente no mercado. |
É o caso do sedã Chevrolet Prisma, cuja produção em Gravataí (RS) a GM já admitiu ter interrompido. Carro de giro rápido, como se diz, o Prisma ainda vive dos polpudos estoques nas lojas, mas caiu de 3.150 unidades em setembro para 2.070 em outubro (retração de 34%). Até janeiro ou fevereiro deve desaparecer do relatório de vendas. O Onix sedã (cujo nome definitivo ainda é misterioso) entrará em seu lugar em 2013. |
A perua Volkswagen Parati respira por aparelhos. Emplacou 213 unidades em outubro, sendo 212 para frotistas (pessoas jurídicas). |
A malfadada picape Peugeot Hoggar, séria candidata a sumir do mapa quando a francesa começar a fabricar o 208 no Brasil, em 2013, vendeu apenas 126 unidades no mês passado. No acumulado do ano, seus 2.004 emplacamentos são quase 50 vezes menos que os da líder, Fiat Strada. |
Os números também mostram as dificuldades de adaptação das fabricantes ao novo regime automotivo e ao sistema de cotas de importação. Um exemplo é a Nissan, cuja estratégia no Brasil inclui a produção de alguns modelos cruciais no México -- sem sobretaxa aduaneira, mas agora com quantidade limitada. |
March e Versa, por exemplo, têm seus emplacamentos em forte baixa: 123 e 52, respectivamente -- no ano, emplacaram 28.250 e 15.555, números bastante expressivos. Já a Livina, fabricada no Brasil, cresceu 14% no mês a mês. Ou seja, o problema não é com a marca. |
Segundo a Fenabrave, a média diária de vendas de carros e comerciais
leves foi por volta de 16 mil unidades. Os números mostram que o mês
passado foi o melhor outubro da história.
RANKING
As quatro grandes montadoras mantiveram suas posições. Fiat em
primeiro, com 24,71%, Volkswagen em segundo (21,58%), GM em terceiro
(16,54%) e Ford na quarta colocação, com 9,16%. Na sequência vem Renault
(6,49%), Honda (4,04%), Toyota (3,85%), Hyundai (3,21%), Citroën
(2,13%) e Peugeot (1,90%).
Apesar da liderança da Fiat no mercado, o carro mais vendido foi o Gol,
seguido por Uno e Palio. Nada muito diferente da lista de mais vendidos
do mês anterior. Veja quais foram os 15 primeiros:
1º) VW Gol G5/G4 -- 27.737 (239.673)
2º) Fiat Uno/Mille -- 21.370 (218.970)
3º) Fiat Palio -- 18.824 (150.687)
4º) VW Fox/CrossFox -- 14.601 (142.429)
5º) Fiat Siena/Grand Siena -- 12.512 (80.007)
6º) Chevrolet Celta -- 12.074 (116.422)
7º) Fiat Strada -- 11.643 (97.312)
8º) VW Voyage -- 9.710 (78.144)
9º) Renault Sandero -- 9.429 (83.167)
10º) Chevrolet Classic -- 8.505 (80.569)
11º) Ford Fiesta/New Fiesta hatch -- 7.351 (98.789)
12º) Ford EcoSport -- 6.525 (27.966)
13º) Chevrolet Cobalt -- 6.377 (54.827)
14º) Ford Ka -- 6.274 (46.222)
15º) VW Saveiro -- 5.966 (55.119)
DESTAQUES
O informativo mostra alguns números surpreendentes e outros esperados.
Um desses números que causaram surpresa foi o do Peugeot 308, que vendeu
1.604 unidades (1.171 em setembro) e tomou a segunda colocação do
Hyundai i30 no segmento de hatches médios -- por apenas 26 carros o
carro francês não alcança o Ford Focus, líder.
A Hyundai vendeu 3.312 unidades do HB20. Não dá para chamar de surpreendente por que o carro fez sucesso com o público em seu primeiro mês de vendas,
mas este número se torna uma surpresa quando lembramos que o carro
vendeu zero unidades em setembro e só chegou às lojas no dia 10 de
outubro, segundo a Hyundai -- foram 21 dias de vendas, portanto.
Outro modelo que voltou a figurar no topo da lista (foi o segundo
comercial leve mais vendido no mês) é o Ford EcoSport. É certo que as
vendas ainda incluem algumas unidades da geração antiga e que seu
crescimento já era esperado. Mas, note: foram 6.525 unidades vendidas em
outubro contra 3.036 em setembro, praticamente o dobro.
Com a prorrogação do IPI reduzido até o dia 31 de dezembro, a previsão
da Fenabrave para o final do ano é otimista: crescimento entre 4% e 4,8%
do mercado de automóveis e comerciais leves.
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