Nova geração do Hyundai i30 chega em janeiro para desbancar a concorrência na preferência do público
No mesmo instante em que uma banda explode nas rádios, um fantasma
surge. Ele cresce conforme a turnê do álbum de sucesso vai se
encerrando: a maldição do disco seguinte. Não há matemática para o
sucesso porque a exigência é quase paradoxal: o público anseia por algo
novo e criativo, mas, ao mesmo tempo, quer a essência preservada.
Antes de o i30 chegar ao Brasil, em março de 2009, ninguém tinha
ouvido falar de hatch premium coreano. Poucos meses depois, não se
falava em outra coisa. Bem construído, econômico, espaçoso e com preço
competitivo, o Hyundai atropelou a concorrência em um segmento que
andava meio desafinado de novidades.
Só que a reação veio orquestrada. A Ford adotou estratégia mais
agressiva para o Focus e reconquistou a liderança nos emplacamentos– e a
nova geração chega ano que vem. A Peugeot trouxe o 308 em diversas
versões, inclusive a turbinada 1.6 de 165 cv. O Cruze Sport6 dá show de
estilo e sofisticação. E não se esqueça do Golf 7, que estará entre nós
no segundo semestre de 2013. O i30, só a gasolina, com câmbio automático
de quatro marchas e design datado, precisava reagir com urgência.
Voltou ao estúdio (de design) e reagiu com este álbum inédito. É hora de
ouvirmos o que temos de bom ali.
Déjà vu poderia ser o nome do disco: afinal, vocês já conheceram
muito destas linhasno HB20. Como Elantra, Veloster e Sonata, o i30
assumiu a identidade Fluid Sculpture, identificável pelos faróis
espichados, vincos fortes e inspiração aerodinâmica. A semelhança com o
compacto feito em Piracicaba é inegável, mas a grade ajuda a separar as
coisas: o nosso i30 usa a peça do modelo norte-americano e australiano,
com duas réguas cromadas ascendentes. Infelizmente, dele o Hyundai
também adotou a suspensão de eixo de torção atrás: ficamos sem o sistema
multibraços do i30 europeu.
Tamanho /As dimensões do i30 não mudaram tanto. Ele
ficou 5,5 cm mais longo, 0,5 cm mais largo e perdeu 1 cm de altura.
Dentro, os ocupantes da frente ganharam 3 cm a mais para as cabeças e
1,1 cm extra para as pernas. Mas quem se senta atrás perdeu, na mesma
ordem, 1,3 cm e 6,1 cm.
O painel ficou mais envolvente e ganhou a ousadia que está nas linhas
da carroceria: veja o formato da moldura dos mostradores e das saídas
centrais de ventilação. A qualidade dos plásticos e encaixes continua
muito boa, comparável à de carros de categoria superior. De forma geral,
o painel lembra o do novo Focus, que teremos apenas no fim do primeiro
semestre de 2013.Confira mais da C/D nas bancas.
Ficha técnica Hyundai i30:
PREÇO: R$ 65 mil (estimado)
MOTOR: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.6, 16V, flex.
Potência de 128 cv (E) e 122 cv (G) a 6.000 rpm. Torque de 16,5 mkgf (E)
e 16 mkgf (G) a 4.500 rpm
TRANSMISSÃO: Automática, seis marchas, tração dianteira
SUSPENSÃO: Dianteira: independente, McPherson. Traseira: eixo de torção
PNEUS E RODAS: 225/45 R17
DIMENSÕES: 4,30 m de comprimento, 1,47 m de altura, 1,78 m de largura,e 2,65 m de entre-eixos
PESO: 1.210 kg
PORTA–MALAS: 378 litros
TANQUE:53 litros
O novo i30 terá o mesmo coração do irmão caçula, o pequeno HB20
Os irmãos i30 e HB20 compartilham mais do que alguns traços: apesar
da diferença de quase 200 kg, eles dividirão o mesmo 1.6 flex, que rende
128 cv com etanol – o 2.0 a gasolina do antigo i30 rendia 145 cv. A
diferença está no câmbio, o automático de seis marchas A6GF1. Sim, adeus
às quatro marchas, que ficam restritas ao HB20 automático. Este
conjunto mecânico dá um samba interessante, mas não é nenhum virtuose:
as seis marchas permitem uso mais eficaz de cada um dos 16,5 mkgf do
novo 1.6, mas quem está acostumado ao antigo 2.0 vai sentir que aqueles
19,4 mkgf soariam afinadíssimos no novo câmbio.
O i30 continua bem arranjado de aderência lateral. Ajudam os pneus
Nexen Roadian 581 225/45 R17, medida generosa para o porte do carro,
complementado pelo sistema de direção elétrica regulável: basta apertar
um botão para alternar entre os modos conforto, normal e esporte. Agora
ele também traz controle de estabilidade de série. Mas como sua dinâmica
é bastante dianteira no limite, dificilmente você vai precisar dele.
A princípio, o i30 será vendido nas cores prata, preta e branca,
todos com um festival de equipamentos de série: seis air bags,
ar-condicionado digital de duas zonas, ajustes elétricos nos bancos de
couro, saídas de ventilação para os passageiros de trás, controle de
estabilidade, controlador automático de velocidade e sistema multimídia
com GPS e tela de LCD de sete polegadas. O único opcional é o teto
panorâmico.
Talvez a Hyundai traga a transmissão manual de seis marchas, talvez o
2.0 flex de 178 cv do SUV ix35 vá parar em seu cofre. Quando a última
nota deste álbum soa, ficamos com a impressão de que faltou apenas o
acorde no motor para o i30 assegurar o topo das paradas e prevenir os
nostálgicos pelo antigo 2.0. Ele chega às lojas em janeiro.
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