Os dispositivos móveis estão (literalmente) por toda a parte. A agência
de pesquisa digital Flurry divulgou um estudo que mostra que o Brasil
está em terceiro lugar no ranking de países com o maior número de
dispositivos móveis com o iOS, da Apple, ou Android, do Google. Os dados
mostram que a taxa de crescimento dos sistemas operacionais no país no
período de 12 meses, compreendido entre julho de 2011 e o mesmo mês
deste ano, foi de 220%.
A primeira é sobre a importância de as empresas evoluírem rapidamente
suas aplicações e as interfaces para uma abordagem multicanal; a segunda
diz que os desenvolvedores precisam se readaptar, pois as aplicações
focadas em dispositivos móveis vão substituir o desenvolvimento para
desktops; e o último alerta que os projetos voltados para smartphones e
tablets vão superar os projetos para PCs na razão de quatro para um até
2015.
Ou seja, dispositivos móveis e aplicações para estes aparelhos são o
presente e o futuro. Este setor só tende a crescer e requer uma
linguagem de desenvolvimento que atenda estas necessidades e é nesta
hora que o HTML 5 deixa a desejar. Apesar de ser uma boa ferramenta para
desenvolvimento de conteúdo multimídia, não é a mais indicada para o
desenvolvimento mobile corporativo.
Digo isso porque falta aderência de alguns recursos nativos nos
browsers das plataformas móveis. As aplicações desenvolvidas com HTML 5
não permitem o uso off-line de maneira robusta, o que é muito
importante. Podemos exemplificar com as soluções utilizadas pelas
empresas para o gerenciamento força de trabalho. O técnico que vai
atender uma solicitação, precisa manter sincronizado o banco de dados no
cartão de memória, precisa capturar uma foto, acessar outros
dispositivos, ter serviços em background para monitoramento. Como ele
fará para resolver isso? Utilizando uma solução nativa mais algumas
funcionalidades em HTML 5.
O HTML 5 é uma linguagem multiplataforma, o que cria uma expectativa de
escrever um código compatível com todas as plataformas. É claro que
todas as tecnologias têm suas restrições, mas no momento atual não
podemos pensar em uma linguagem sem aderência total das features nas
principais plataformas móveis. A questão da usabilidade ainda é
fortemente depende de framework de terceiros que nem sempre mantém a
identidade e as características da plataforma e o desempenho fica a
desejar (inclusive o próprio Facebook trocou recentemente HTML 5 por
código nativo), as limitações para armazenamento local de dados e os
desafios de sincronização.
Por João Moretti, diretor geral da MobilePeople – empresa especializada em soluções móveis corporativas.
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