Entidades representativas estimam que efeito dos eventos esportivos já terão impacto direto nos resultados
Este foi um bom ano para as agências e produtoras brasileiras. Um mês
antes de chegar ao fim, a previsão de Luiz Lara, presidente da
Associação Brasileira das Agências de Propaganda (Abap) e da
Lew’Lara\TBWA é que o mercado deve fechar 2012 com um crescimento
nominal em torno de 10%. “O ano surpreendeu e 2013 deve manter esse
crescimento. Acredito que vamos manter a mesma consistência”, comenta
Lara. “O investimento aportado refletirá as copas do Mundo e das
Confederações, com campanhas temáticas e promocionais.”
A força
do poder de consumo dos brasileiros deve seguir impulsionando o mercado
de comunicação — que cresce acima do PIB brasileiro. Esse contexto
explica a constante citação do Brasil como um dos mercados que mais
influenciam positivamente os resultados globais dos grandes grupos do
setor. Com taxas de crescimento relevantes, os escritórios brasileiros
ajudam a minimizar a retração do mercado europeu e contribuem para
aumento de receita de suas redes. “O importante é que a comunicação se
consolidou como algo imprescindível para as marcas, com a entrada de
novos consumidores e a consolidação de uma classe média com 40 milhões
de pessoas”, complementa Lara.
Esse protagonismo do País
impulsionou também o mercado de produção. Segundo previsão da Associação
Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro), 2012 deve fechar
com os mesmos 10% previstos por Lara — tendo na projeção internacional
do Brasil um de seus principais vetores. “Começamos a desenvolver mais
projetos internacionais”, resume Leyla Fernandes, presidente da Apro,
destacando o trabalho da entidade nos últimos anos para fortalecer a
presença das produtoras brasileiras internacionalmente. Iniciativas como
a FilmBrazil, programa conjunto da Apro e da Apex-Brasil, lançaram
alicerces para que o Brasil estivesse mais receptivo a este momento de
projeção global. “É uma visibilidade que só deve aumentar daqui em
diante.” Neste cenário, a Apro faz uma previsão otimista para 2013,
estimando crescimento de 12% na produção publicitária.
Outro
vetor de crescimento para as empresas do setor é a produção de conteúdo
para TV paga. A aprovação — e entrada em vigor em novembro — da
exigência de um percentual mínimo de programas produzidos no Brasil, em
todos os canais e, também, um mínimo de canais essencialmente nacionais
no cardápio das operadoras de TV paga, deve representar um filão
importante do faturamento das produtoras brasileiras a partir de 2013
(leia mais sobre a questão à pág. 37). “A partir do ano que vem teremos
bons números a respeito disso”, declara Sônia Piaça, diretora executiva
da Apro. “Cerca de 70% das nossas associadas já fizeram, estão fazendo
ou se preparam para produzir projetos de conteúdo. Acho que estamos bem
preparados para atender à demanda”, avalia Leyla.
Promoção e regionalização
O otimismo segue dando o tom para as agências de promoção. De acordo
com Kito Mansano, presidente da Associação de Marketing Promocional
(Ampro), “a expectativa é de que 2013 seja um ano muito bom”, a despeito
de um ano pouco animador em 2012. Segundo ele, apesar de o mercado
fechar o ano com 10% de crescimento, os players do setor não conseguiram
cumprir metas estabelecidas. “Isso nos faz ter o pé no chão, mesmo com a
previsão otimista”, diz Mansano.
Segundo ele, os resultados
registrados foram dissonantes do que se previa graças à entrada de mais
agências no mercado. Isso motiva a Ampro a reforçar seu trabalho de
fortalecimento das boas práticas no mercado de promoção, incentivando
que grandes anunciantes façam concorrências com, no máximo, quatro
participantes; e que evitem trabalhar com agências que não sejam
filiadas à entidade. “Não queremos ter receita em concorrências.
Queremos que os anunciantes tenham consciência”, comenta Manzano. Outro
esforço da entidade para 2013 será a consolidação do termo “live
marketing” em substituição a “marketing promocional”. A causa já foi
abraçada por players como a Holding Clube, a BFerraz (Grupo ABC) e a
Bullet. A intenção é consolidar a promoção como tudo que é “ao vivo”,
evitando confusão de clientes.
Já para a Federação Nacional das
Agências de Propaganda (Fenapro), o crescimento a ser registrado em 2013
deve ser de 12% ou 15%. Além dos eventos esportivos, o Nordeste segue
como alavanca propulsora do mercado, de acordo com o vice-presidente
executivo Humberto Mendes. “É uma região que cresce na velocidade da
China e que, em 2012, registrou crescimento acima dos 5% ou 7% que
devemos observar na média nacional”, prevê. “Ainda assim, tivemos um bom
desempenho para um ano de preparação para 2013, que será um ano de
deslanche”, complementa Mendes. Ele crê que a regionalização avançou
neste ano e que algumas indústrias seguem obtendo bons resultados com
isso, como a automobilística. O tema foi uma das bandeiras do 5º
Congresso da Indústria da Comunicação, realizado em abril. A Fenapro já
trabalha (com uma estrutura de dedicação exclusiva) na continuidade ao
Fórum de Mercados Brasileiros, em parceria com a ABA.
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