Em 2017, as montadoras terão que produzir automóveis e veículos
comerciais leves com 70% de peças produzidas no Brasil ou no Mercosul,
em média, para ficarem isentas da alíquota adicional de 30 pontos
percentuais de IPI (Imposto de Produtos Industrializados).
A determinação integra o conjunto de novas regras do regime automotivo,
que podem ser anunciadas amanhã e têm duas metas principais.
A primeira é aumentar o uso de peças produzidas no Brasil, para
fortalecer a cadeia de autopeças e componentes. A segunda é estimular a
produção de carros que consumam e poluam menos e o investimento em
pesquisa e inovação no país.
A avaliação é que o novo modelo, a vigorar entre 2013 e 2017, permitirá
que carros nacionais disputem mercado no exterior. Hoje, eles não
atendem às exigências dos países desenvolvidos.
MADE IN BRAZIL
As novas regras representam um aumento nominal pequeno em relação à porcentagem de conteúdo nacional, dos 65% vigentes para 70%.
Na prática, no entanto, a mudança será maior, porque o governo vai mudar
a base de cálculo desse percentual. Pelo sistema atual, a conta é feita
sobre o faturamento das empresas, podendo incluir até gastos com
publicidade. Com isso, o índice de peças nacionais acabava reduzido para
em torno de 25%.
Com o novo regime, o cálculo passa a ser feito de acordo com as peças e os produtos utilizados de fato na produção do automóvel.
As novas regras vão fixar metas progressivas de conteúdo nacional (veja tabela).
CONSUMO
O governo determinará ainda que os carros brasileiros melhorem seu
consumo médio de 14 km/l de gasolina para 15,9 km/l a partir de outubro
de 2016, um esforço de redução de 12,1% em energia consumida por
quilômetro.
Se produzirem carros que, em média, rodem 17,3 km por litro de gasolina
em 2017, terão direito a um abatimento de dois pontos percentuais na
alíquota básica de IPI.
Essa alteração equivale a uma melhoria na eficiência energética de 18,84%.
Para reduzir as emissões de gás carbônico pelos carros nacionais, o
governo acertou com as montadoras a meta obrigatória de redução de
consumo a ser cumprida nos veículos que serão comercializados entre
outubro de 2016 e setembro de 2017.
A meta de eficiência energética fixada para 2017, que deve ser
desenvolvida no país até 2016, equivale à definida pela Europa para ser
implantada em 2015.
INOVAÇÃO
O governo vai estimular ainda o investimento em inovação tecnológica
pelas montadoras. As que investirem 1% de seu faturamento em pesquisa e
desenvolvimento terão direito a um abatimento de um ponto percentual na
alíquota básica do IPI.
Hoje, por exemplo, a alíquota nos veículos a álcool e flex com motores
entre 1.0 e 2.0 está reduzida de 11% para 5,5%. Nos modelos a gasolina
com motores entre 1.0 a 2.0, de 13% para 6,5%.
Segundo o governo, as montadoras instaladas há mais tempo no país estão
adaptadas às novas regras de conteúdo local. As mais atingidas serão as
que começaram a se instalar no país nos últimos anos.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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