Marca brasileira de eletroeletrônicos já vinha sendo sondada pela Lenovo desde o fim de 2011, possibilidade que voltou à tona no último mês de março, quando a operação foi avaliada em cerca de R$ 1 bilhão
A chinesa Lenovo, segunda maior fabricante de computadores do mundo
com 14,7% de participação, atrás somente da americana Hewlett-Packard,
dona de 14,9% do mercado global, deve confirmar nesta quarta-feira 5 os
detalhes do seu negócio com a Digibras, atual proprietária da marca
brasileira de eletroeletrônicos CCE, que em 2011 registrou um
faturamento de R$ 1,6 bilhão, ante os US$ 29,57 bilhões obtidos pela
Lenovo, que traça um plano cada vez mais agressivo de expansão. A CCE já
vinha sendo sondada pela Lenovo desde o fim do ano passado,
possibilidade que voltou à tona no último mês de março, quando a
operação foi avaliada em cerca de R$ 1 bilhão, segundo informações da
revista Exame.
O anúncio, que será feito pelo presidente mundial
da múlti asiática, Yang Yuanqing, pode envolver somente a compra da
marca CCE ou até mesmo de toda a Digibras, o que colocaria a Lenovo no
mercado de televisores, segmento que hoje a marca só disputa na China.
Hoje, a Digibras possui sete plantas industriais espalhadas entre Manaus
e São Paulo, que produzem televisores, equipamentos de som e vídeo,
celulares e fornos de micro-ondas. Há ainda a divisão CCE Info, que
fabrica desktops, laptops e o tablet Wintouch, além da Digiboard, que
monta placas eletrônicas e painéis de LCD e LED.
Classe C
A
estrutura fabril da Digibras pode ajudar a Lenovo a acelerar a
nacionalização da sua produção, afiando a política de preços e tornando a
empresa cada vez mais competitiva. Hoje, a produção da Lenovo é
importada pela Flextronics e, entre dezembro e janeiro, deve entrar em
funcionamento uma fábrica em construção na cidade de Itu (SP), com
investimentos de US$ 30 milhões, conforme anunciado no último mês de
julho. "Quando você tem que adicionar impostos para o seu custo em um
negócio PC, no qual as margens são muito pequenas, não há nenhuma chance
de sucesso", declarou Milko Van Duijl, presidente da companhia para a
Ásia e América Latina, em entrevista ao jornal Wall Street Journal,
confirmando a intenção de ampliar o tamanho da subsidiária brasileira
por meio de aquisições, além da construção de uma base produtiva
nacional.
O objetivo é reduzir os custos operacionais e
neutralizar as elevados taxas de importação para poder imprimir preços
mais convidativos, especialmente para a classe C. O consumidor final é
justamente a outra faceta apontada pelo negócio fechado com a Digibras.
Hoje, os produtos da Lenovo estão especialmente direcionados para o
mercado corporativo. Com a CCE, a marca pluga a sua atuação também junto
à massa de consumidores que cada vez mais reserva recursos para a
compra de equipamentos de tecnologia.
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