Oferecer incentivos e participação no negócio são atrativos para profissionais talentosos
São Paulo – Atrair bons profissionais é um desafio das pequenas empresas.
Elas perdem, muitas vezes, nos quesitos salários e carreira. Com
orçamento apertado, fica difícil conseguir os profissionais mais
capacitados. Para driblar o problema, as startups estão usando o empreendedorismo a seu favor.
Uma
pesquisa da Cia de Talentos em parceria com a Nextview People perguntou
a mais de 45 mil jovens qual era a empresa dos sonhos para trabalhar.
Mais da metade respondeu que se “abrir um negócio” fosse uma empresa,
este seria o lugar ideal. O apelo ao empreendedorismo é um dos fatores
que têm atraído os funcionários para os pequenos negócios.
É o caso do GetNinjas, quando contratou Roberto Klein. Ele deixou o
cargo de especialista em engenharia de software na Locaweb para virar
diretor de tecnologia no GetNinjas, um site de busca por prestadores de
serviços.
Para Eduardo L’Hotellier, CEO da empresa, oferecer participação no
negócio para funcionários importantes ajuda a fazer boas contratações.
“Para atrair talentos de grandes empresas, a gente oferece parte do
retorno que a empresa vai ter. É uma forma boa para os dois lados: é bom
para o funcionário ter a chance de ganhar uma bolada e é bom para a
empresa que, ao invés de gastar o caixa dela com salários mais altos,
pode investir em mais contratações para valer mais lá na frente”,
explica.
Para Aloisio Bueno Buoro, professor de estratégia e empreendedorismo do
Insper, esta é uma tática que funciona bem em pequenas empresas. “Um
incentivo de realização, que seria participação na empresa, em ações e
no negócio, é uma forma de remuneração, atração e motivação, para que
ele participe do negócio”, diz. Para o colaborador, esta é uma maneira
de saber que o trabalho que ele vai realizar vai ser remunerado com
participação na empresa.
Isto é tentador, em especial, para os jovens profissionais. “Se você é
recém-formado e acha que poderia tentar, a hora melhor é no começo. Você
pode errar, arriscar e voltar para o mercado sem tanto prejuízo. Se
você é mais velho, é mais difícil, e pode ser mais avesso ao
desenvolvimento de novos negócios e novas ideias”, explica Buoro.
Outro fator decisivo para montar uma equipe de primeira é mostrar uma
boa ideia. “Boa ideia tem um sentido de ser uma ideia diferente do que a
gente já conhece no mercado. É aproveitar um nicho de mercado, algo que
ninguém aproveitou”, explica o professor do Insper.
A chance de participar de algo novo, um em novo mercado, pode atrair
inclusive estrangeiros para as startups brasileiras, como aconteceu com o
Kekanto.
O guia online de estabelecimentos feito a partir da colaboração dos
próprios usuários é aproximado ao Yelp nas comparações. Além disso, ter
recebido um investimento ajudou a trazer a alemã Petra Ehmann e a
americana Stephanie Hughes para a equipe da startup. “A chancela do
fundo de investimento por trás do negócio ajudou a convencê-las a vir
para cá”, conta Fernando Okumura, CEO do Kekanto.
Ele conta que, além de um programa de opções de ações da empresa, ajuda
oferecer aos candidatos flexibilidade de horário e um ambiente
informal. “Além disso, gente escolheu estar perto da Universidade de São
Paulo para atrair pessoas de lá e manter contato com os professores”,
diz Okamura.
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