Meio & Mensagem pergunta: é válido cobrar pelo conteúdo jornalístico na internet? Participe e dê sua opinião
Os leitores brasileiros sempre foram acostumados a acessar as noticiais
de portais jornalísticos sem pagar um centavo por isso. Essa era de
facilidade, porém, pode ter começado a mudar há alguns dias. A
Folha de S.Paulo deu o primeiro passo no que pode ser o ínicio da
transmissão para um novo modelo de consumo de conteúdo jornalístico no Brasil, ao lançar seu modelo de paywall.
Esse modalidade de cobrança alcançou sucesso nos Estados Unidos, onde
foi adotado pelo New York Times e Wall Street Journal. Por outro lado,
existe a corrente dos defensores do jornalismo aberto, simbolizados pelo
britânico The Guardian, que propõem que todo o conteúdo jornalístico
seja custeado pela publicidade, e não pelos leitores.
Mas será
que depois de tanto tempo oferecendo notícias gratuitamente, os jornais
brasileiros conseguirão manter a audiência conquistada e fazer com que
os internautas paguem para ler? De início, os leitores da Folha rejeitaram a ideia. Meio & Mensagem ouviu alguns profissionais do mercado para discutir se faz sentido replicar um modelo internacional no universo brasileiro.
Para Paulo Castro, diretor-geral do portal Terra, é evidente que a
publicidade não conseguirá bancar toda a receita do jornal. Por outro
lado, se os jornais fecharem o conteúdo, o público poderá buscar as
mesmas noticias em outros sites e portais. “Não acho que a publicidade
seja capaz de financiar tudo. Mas é preciso compreender que a adoção
desses modelos impacta uma queda de audiência – que, caso seja
expressiva, acaba resultando em uma retração do meio, sobretudo em
termos de share publicitário”, diz Castro.
Já Afonso Cunha,
diretor executivo do Grupo Lance, não há outra saída para os jornais a
não ser cobrar os leitores. “Temos 1,5 milhão de leitores semanais no
jornal e 12 milhões de usuários na web. Para fazer esse conteúdo com
qualidade é preciso investimento em tecnologia e em profissionais. A
publicidade não vai conseguir financiar isso”, aposta.
O leitor
aceita pagar pelo conteúdo, desde que ela seja, de fato, interessante e
traga algo que ele não encontrará em outro lugar. Essa é a opinião da
diretora de mercado leitor do Jornal do Commercio (de Pernambuco),
Verônica Barros. Ela acredita que “o leitor brasileiro só estará
disposto a pagar por informação de relevância, informação que ajude o
cidadão a participar da sociedade, informação que promova o
entretenimento das pessoas”.
Avesso total à ideia de mexer no
bolso dos leitores, o diretor executivo da ID\TBWA, Igor Puga, questiona
“qual a atratividade, diferencial, exclusividade ou simplesmente
credibilidade que um veículo tem a oferecer que justifique sua cobrança
na internet, hoje, no Brasil”.
E você, o que pensa a respeito? Dê a sua opinião sobre a adoção do paywall em nossa seção Em Perspectiva ou através dos perfis de Meio & Mensagem no Twitter e no Facebook.
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