Maior fabricante de cervejas daquele país lança campanha com temática carnavalesca
Três dias de produção e quatro mil figurantes. Os números são do
comercial gravado no Rio de Janeiro para a cerveja japonesa Asahi Beer
Super Dry, da Asahi Beer — fabricante líder no Japão. A superprodução
foi rodada no Sambódromo carioca, com direção de Marcos Menescal, da
Paradiso Films. Para protagonizar a campanha que entra no ar no fim do
mês no Japão, a marca escalou o pop star Masaharu Fukuyama, um misto de
cantor, produtor, compositor e ator, que atrai multidões em seu país.
O
projeto consumiu um mês de trabalho conjunto da produtora brasileira e
da agência Hakuhodo, segunda maior do ranking japonês — liderado pela
Dentsu. O comercial contou com figurantes cedidos pela escola de samba
Imperatriz Leopoldinense, para que fosse reproduzido com a maior
fidelidade possível um desfile de Carnaval na Sapucaí. Para dar
veracidade à filmagem, o popstar japonês cantou do alto de um carro
alegórico de 19 metros. Tahehiko Ishiara, gerente de publicidade da
Asahi Beer, explica que o Brasil foi escolhido como cenário porque o
anunciante deseja dar à campanha um clima de “paixão latina” e pretende
superar a repercussão do seu comercial anterior, dirigido por Michael
Bay, de blockbusters como Transformers, Armageddon e Pearl Harbor.
“O
Brasil foi escolhido principalmente pelo clima quente e pelo povo, que
também é muito caloroso. E o Rio de Janeiro, pela alegria de seu
Carnaval. Queríamos que Masaharu Fukuyama aparecesse tomando uma cerveja
gelada no meio da multidão. E esse tipo de imagem só pode ser obtido no
Rio de Janeiro”, elogia Ishiara.
A opção pelo diretor brasileiro
Marcos Menescal também está ligada ao objetivo de que o comercial passe
ao público este clima típico do País. Ele foi selecionado após uma
concorrência com outras produtoras, entre elas a O2 Filmes. “Optamos por
um diretor brasileiro justamente para captar bem o espírito do País”,
frisa Ishiara.
Olho no Brasil
O executivo
do anunciante adianta que sua empresa pensa em trazer para o Brasil a
Asahi Beer Super Dry, marca que é comercializada em 80 países.
Entretanto, ressalva, ainda não há um plano concreto neste sentido.
Ishiara considera que a vinda da concorrente Kirin para o Brasil, com a
compra da Schincariol, é uma boa sinalização em vários segmentos. “As
empresas japonesas estão de olho no Brasil, mas vir pra cá não é tão
fácil. O mercado brasileiro de cerveja está crescendo, as perspectivas
são muito boas, mas os consumidores preferem as marcas nacionais”,
analisa. Ele observa ainda que o mercado brasileiro tem mais do que o
dobro de marcas do Japão. “Outro aspecto importante é que a Asahi Beer
Super Dry é uma cerveja refrescante, é fresh. O transporte do Japão para
o Brasil demora e nós queremos ter a certeza de que isso não
prejudicará a qualidade do produto”, conclui. A marca integra a
categoria dry beer, ou cerveja seca, que tem a maior parte do açúcar
convertido em álcool por meio de um longo processo de fermentação.
Atualmente,
a Asahi Beer detém 50% de share no mercado japonês de cervejas, que
possui quatro grandes fabricantes. Segundo Ishiara, o consumo de
cervejas está caindo no seu país. “Por outro lado, as fabricantes
japonesas estão expandindo suas operações no exterior”, explica. A Asahi
Beer, por exemplo, já tem fábricas na China e na Coreia, além de
filiais na Ásia, Oceania, América do Norte e Europa.
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