Mobile 2.0 gera lucro e diminui custos
Empresas apostam no crescimento de novos
modelos de negócio que surgem por meio dos aplicativos em smartphones e
tablets. Relatório indica que mercado nunca esteve tão aquecido
O crescimento de downloads de aplicativos para smartphones e
tablets tem sido o responsável pela ampliação do mobile 2.0, que utiliza
as plataformas móveis para gerar negócios para as marcas e aumentar os
lucros das empresas. A conclusão faz parte do “Relatório Mobilize de
Inteligência de Mercado”, desenvolvido pela Aorta, empresa do grupo .Mobi, atuantes no mercado de desenvolvimento dos apps.
De acordo com dados do levantamento, o mercado de aplicativos nunca
esteve tão aquecido. Ainda que 96% dos 30 bilhões de downloads de apps
em todo o mundo tenham sido realizados gratuitamente em 2011, no
período, o faturamento chegou a US$ 8,5 bilhões. O valor, segundo o
relatório, foi rentabilizado por meio de compras in-app, publicidade ou
patrocínio.
Comparado ao ano de 2010, que teve nove bilhões de downloads, o aumento
foi de 230%. Para 2016, a perspectiva é que o segmento tenha uma
receita de US$ 46 bilhões. Apesar do levantamento não abordar o mercado
brasileiro separadamente, a realidade de crescimento no país é
semelhante ao resto do mundo.
“O relatório nos fez chegar a pelo menos três grandes considerações. A
primeira é o tamanho do mercado e o quanto ele cresce. Em seguida, os
modelos de negócio, que estão rentabilizando e gerando riquezas
efetivamente. Por último, observamos a mudança de comportamento do
usuário”, afirma Christian Reed, Diretor de Planejamento e Operações da
Aorta e um dos responsáveis pela pesquisa, em entrevista ao Mundo do
Marketing.
Geração de lucros e redução de gastos
O modelo Freemium, quando o aplicativo é baixado gratuitamente e oferece ao usuário a possibilidade de comprar melhorias
ou conteúdo, é uma das chaves para a geração de lucros nas empresas
ligadas ao universo 2.0. Sucesso em games, a participação do modelo nos
smartphones deve saltar de 39% em 2011 para 64% em 2015.
O Freemium cresce por criar uma nova relação de negócios. Além dos
jogos, os veículos de comunicação têm buscado nos últimos anos
aplicativos que forneçam leitura gratuita de jornais e revistas e, em
algumas edições específicas, restrinjam o acesso com apps pagos.
Para as marcas, o grande
desafio
é fazer com que o uso de aplicativos pelos consumidores se torne
rentável ou, no mínimo, diminua gastos. “Empresas do mercado de varejo,
por exemplo, podem diminuir custos de relacionamento com o cliente
através dos apps, que podem ser um canal muito mais barato que um call
center ou o próprio contato presencial”, avalia Reed, da Aorta.
Centímetro quadrado valioso
Outra forma de gerar negócios é o investimento em vendas mobile a
partir de aplicativos. As marcas estão começando a entender a força e a
relevância dos consumidores constantemente plugados.
“Os aplicativos são hoje os centímetros quadrados mais valiosos da
comunicação e, indiretamente, uma conexão constante com o consumidor. O
lucro a partir deles dependerá da forma que a marca usar os apps. Se ela
quiser gerar um benefício em tempo real consegue, se quiser estender um
produto do celular para uma loja também pode. Obviamente, o uso tem de
ser relevante, nunca pontual ou secundário”, analisa Sérgio Percope,
Diretor Comercial da .Mobi, em entrevista ao portal.
Um case de
sucesso
é o aplicativo do Pão de Açúcar, que permite criar listas de produtos,
consultar a origem e os fornecedores dos itens adicionados, além de
pesquisar detalhes nutricionais e receitas. A partir do dispositivo
móvel também é possível definir o dia e horário da entrega da compra. A
ferramenta oferece um conteúdo que provavelmente não chegaria ao
consumidor de outra forma e ainda estreita o relacionamento com o
público, identificando as particularidades, preferências e gostos de
cada cliente.
Projeções
No Brasil, as vendas online por aplicativos, e outros modelos de
geração de negócios, têm grande potencial de crescimento. Para que se
desenvolvam plenamente nos próximos anos, no entanto, é necessário que o
principal foco esteja no grande varejo.
“Não tenho dúvidas de que daqui a pouco vamos ver grandes varejistas
fazendo vendas através dos aplicativos, isso sem levar em conta empresas
que desenvolvem jogos, que hoje estão ganhando muito dinheiro. Estamos
falando de formas quase ilimitadas de geração de negócios”, afirma Reed.
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