terça-feira, 12 de junho de 2012

Comparativo: Volkswagen Jetta Variant X Fiat Freemont

Na briga de 'carros de família', modelo alemão vence pela praticidade. Por outro lado, versão topo de linha do Fiat oferece sete lugares.

Nem todo mundo entende o que realmente é um crossover — um veículo com carroceria enquadrada entre o utilitário esportivo e a perua — mas, como tem o mesmo apelo versátil de um SUV, esse tipo de carro ganha cada vez mais adeptos no mercado brasileiro, com o público que 15 anos atrás procurava os mesmos atributos nos station wagons ou “peruas”. Apesar dos novos tempos, as peruas voltam a chamar a atenção de consumidores em todo o mundo — um novo movimento visto no Salão de Genebra e no de Pequim deste ano. Neste comparativo do G1, o crossover Fiat Freemont e a perua VW Jetta Variant enfrentam-se pelas utilidades semelhantes, especialmente quando se trata de consumidores com família grande.
Fiat Freemont X Jetta Variant tabela comparativo (Foto: Editoria de Arte/G1)
Diante de tal perfil, o Jetta Variant ganha pelo conforto de quem dirige e pela praticidade do formato "perua". Mas os predicados do crossover Freemont são grandes, o que o torna a melhor opção para que não abre mão da posição de dirigir diferenciada e do espaço para crianças, avó, avô, sogro, sogra, cachorro, papagaio... Isso porque Freemont, na versão topo de linha (usada na avaliação) conta com lugares para sete pessoas, o que faz a diferença na hora de passear com a família inteira, especialmente crianças — a segunda linha de bancos tem dois assentos reguláveis para elas.
Porém, no caso de viagens longas, o Freemont perde vantagem porque, se estiver "lotado", a capacidade de carga cai de 580 litros para 145 l. Menor, o Jetta Variant, que só permite cinco pessoas a bordo, tem 505 l de capacidade.
Versão topo de gama do Fiat Freemont tem espaço para sete pessoas  (Foto: Divulgação)Versão topo de gama do Fiat Freemont tem espaço para sete pessoas (Foto: Divulgação)
A Fiat não tem tradição em produzir carros grandes, mas importa do México o Freemont, que é baseado no irmão norte-americano Dodge Journey, da Chrysler. Para desonerar o produto e não concorrer com o próprio Joyrney, o Freemont tem motor menor e menos potente, 2.4, e é mais barato. A estratégia deu certo: ele é o 6º mais vendido no Brasil na categoria SUV estabelecida pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) — a entidade não trabalha com a categoria "crossover" e a Fiat adotou a classificação pelo apelo comercial.
Até maio passado, 5.697 unidades do Freemont foram emplacadas neste ano. Já o Jetta Variant tem números bem mais modestos: foram 598 unidades entre janeiro e maio.
Visualmente, os dois modelos são bem distintos. Com dimensões maiores, o Freemont carrega traços mais fortes e a linha de cintura bem elevada. Em contrapartida, o Jetta Variant é mais delicado e tem como vantagem a maior facilidade para fazer manobras e cortar o trânsito. Tais dimensões facilitam na hora de carregar o carro no supermercado, encontrar vagas em shoppings etc.
Volkswagen; Jetta; Variant (Foto: Divulgação)Volkswagen Jetta Variant (Foto: Divulgação)
Ao volante
Enquanto as vantagens e desvantagens da carroceria se dividem conforme o perfil do interessado, na hora de segurar o volante e acelerar, os carros tomam rumos diferentes. O crossover da Fiat traz motor de quatro cilindros 2.4 16V de 172 cv derivado do Chrysler PT Cruiser e caixa automática de quatro velocidades (o Journey tem motor 3.6 V6 de 280 cv e transmissão de seis marchas).

Freemont tem visual mais jovem, mas é mais 'bruto' (Foto: Divulgação)Freemont tem visual mais jovem, mas é mais 'bruto' (Foto: Divulgação)
Não que o propulsor não dê conta do grandão de 1.755 kg, mas o Jetta Variant, além de ser mais leve (pesa 1.477 kg), contando com motor 2.5 de 170 cv, carrega uma transmissão tiptronic (com opção automática ou manual semi-automática) de seis velocidades. Com ela, as trocas de marchas são mais precisas e suaves, o que se traduz em conforto superior pelas respostas mais ligeiras e sem trancos, o que é notado especialmente nas arrancadas necessárias em estradas e com o porta-malas cheio.
Na ergonomia, o Jetta Variant também ganha pontos. Ele “abraça” o motorista, o que faz pensar se vale a pena mesmo ter um carro mais alto, como o Freemont. A posição de dirigir da perua garante boa visibilidade, de forma geral, e todos os comandos são de fácil acesso para quem o conduz. O Freemont conta também com um bom painel de instrumentos, mas não é tão macio ao dirigir.
Volkswagen Jetta Variant (Foto: Divulgação)Carroceria do Jetta Variant  favorece a estabilidade (Foto: Divulgação)
Outra vantagem de uma perua sobre um crossover é a carroceria favorável à estabilidade nas curvas, já que o ponto de gravidade é mais baixo. Independentemente das leis da física, o Jetta é mais delicado e o Freemont, bruto. Passar por valetas, lombadas e buracos é mais confortável com o Volkswagen.
Segurança
Como itens de segurança, o Freemont vem de série com freios ABS, airbag duplo (motorista e passageiro), apoios de cabeça dianteiros anti-whiplash (efeito antichicote), BAS (Assistência Hidráulica aos Freios), cintos de segurança retráteis de 3 pontos com regulagem de altura, faróis de neblina, EBD (Corretor de Frenagem Eletrônico), ERM (Sistema Eletrônico Anticapotamento), ESP (Controle Eletrônico de Estabilidade), sistema de monitoramento da pressão dos pneus , entre outros.

Fiat Freemont tem bom acabamento, mas menos itens de segurança (Foto: Divulgação)Fiat Freemont tem bom acabamento, mas menos itens de segurança (Foto: Divulgação)
Mais completo, o Jetta Variant traz de série seis airbags, ABS, ESP, EBD, EDS (bloqueio eletrônico do diferencial), ASR (controle de tração), faróis de neblina com molduras de cromo, piloto automático de fácil manuseio e sensor traseiro de estacionamento.
Interior do Volkswagen Jetta Variant (Foto: Divulgação)Interior do Volkswagen Jetta Variant (Foto: Divulgação)
Conclusão
Para quem fica na carona, enquanto o Freemont permite ver o mundo “do alto” sem cobrar a mais por isso, o Jetta Variant tem um teto panorâmico enorme para contemplar o céu, mas que custa R$ 5.930 (pouco mais caro na tabela, o Freemont possui teto solar “comum”, também como opcional, mas que sai por R$ 2.640). Talvez esse seja o único diferencial para o passageiro, já que os dois modelos têm espaço interno suficiente para acomodar com conforto todos os ocupantes. No entanto, para quem dirige e administra o porta-malas, o Jetta Variant oferece mais segurança, recursos, conforto ao dirigir e agilidade.

 

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