Nova classe média incentivou a expansão da frota
Além de comprar mais veículos novos, segmentos emergentes foram responsáveis pela maior demanda de combustíveis
Carsale - O crescimento da frota de veículos novos comprados pela nova
classe média brasileira foi a responsável pela expansão de 11,5%
registrada no faturamento do setor de combustíveis, no ano passado,
segundo o relatório anual divulgado pela Federação Nacional do Comércio
de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), informa a Agência
Brasil.
O presidente da entidade, Paulo Miranda Soares, disse que
o aumento se deve ao crescimento da frota de veículos no Brasil. “Nós
tivemos um aumento de demanda de combustíveis. E a nossa principal
demanda é a do automóvel”, descartando a influência do consumo de diesel
no crescimento. “O diesel está mais vinculado ao Produto Interno Bruto
[PIB], porque 86% do transporte no Brasil são feitos por caminhões. Mas
aqui [no resultado apurado], é mesmo em função da frota de automóveis
novos. É a classe média brasileira que está crescendo, está comprando
carro e gastando mais”.
Em 2010, o faturamento da revenda de
combustíveis cresceu quase 12%. Para 2012, a expectativa é crescer de
novo acima do PIB. “O governo está calculando um PIB de 3%. Com certeza
absoluta, o setor crescerá mais que isso, porque a própria indústria
automobilística está prevendo pelo menos 4% de aumento em cima da frota
de veículos do ano passado. Se isso ocorrer de fato, o setor de revenda
de combustíveis deverá repetir os 11,5% registrados em 2011”, declarou.
Em
relação ao etanol, cujas vendas caíram de 13% em 2010, para 10%, no ano
passado, Soares disse que a diminuição se deveu à falta de paridade de
preço. “O etanol só é viável quando ele custa até 70% do preço da
gasolina. A partir do momento em que ele está acima desse nível, não
compensa ao consumidor comprar o etanol”. Em razão da escassez de
matéria-prima, o etanol chegou a ficar, em alguns momentos, no ano
passado, mais caro que a gasolina.
Segundo ele, o problema poderá
se repetir em 2012. Os usineiros já informaram que a safra deste ano
não deverá ser muito diferente da de 2011. “Provavelmente, esses números
vão ser mantidos. O etanol não vai conseguir recuperar este ano”,
disse.
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