Não contavam com minha asutúcia! Demos uma volta no carro que será a nossa futura Chevrolet S10.
Por Jimmy Thanesniratsai - Fotos: P. Paitoonpong
O ano tem sido difícil para a indústria mundial e ótimo para a brasileira. Se na Tailândia (onde estamos neste exato momento) e no Japão enchentes e tsunamis fizeram estrago, nunca se vendeu tantos veículos no Brasil. O ano de 2011 também é o centenário da Chevrolet. Parte das comemorações está em abrir garrafas de champanhe; outra em renovar sua linha, o que inclui (finalmente) a veterana S10. A nova geração do modelo foi apresentada na terra do Muai Thay, um país que ama lutas e picapes (60% dos 800 mil carros vendidos na Tailândia no ano passado eram picapes médias). Ela foi batizada como Colorado. Mas não espere o mesmo nome quando ela começar a ser produzida na fábrica de São José dos Campos (SP), nos próximos três meses. No Brasil, a picape se chamará S10, ainda que a atual e a nova sejam animais completamente diferentes.
A GM disse que desenvolveu a nova geração da picape, sob o código GMi700, por cinco anos e a um custo de US$ 2 bilhões. A GM brasileira, responsável mundial pelo desenvolvimento das picapes, desempenhou papel fundamental no processo, submetendo a Colorado a condições extremas de rodagem por 2,5 milhões de quilômetros em todo o mundo.
MOTORES
Na Tailândia, ela será oferecida com dois motores, ambos Duramax, turbodiesel, de quatro cilindros com duplo comando no cabeçote (DOHC), 16 válvulas e common rail. O motor básico é o XLD25, de 2.449 cm³, 150 cv a 3.800 rpm e 35,7 mkgf a 2.000 rpm. Todas as versões que usarem este motor terão apenas câmbio manual de cinco marchas. O das versões mais caras, como a que aceleramos, traz motor 2.8, com turbo de geometria variável e 180 cv a 3.800 rpm. Se você comprar uma 2.8 com câmbio manual de cinco marchas, o torque será de 44,9 mkgf a 2.000 rpm. Com o câmbio automático de seis marchas, ele irá para 47,9 mkgf nas mesmas 2.000 rpm. É justamente essa opção a primeira a ser oferecida no Brasil, que terá também uma versão com motor flex. Questão de honra: a S10 foi a primeira a ter essa opção.
Depois de algumas horas atrás do volante, pode-se dizer que, se você pisar fundo no acelerador, a picape terá arrancada suave, um pouco mais agressiva em rotações intermediárias. Você fará ultrapassagens sem problemas. A retomada de 80 km/h a 120 km/h ocorre em 9 segundos. O problema é a resposta do câmbio, lenta como a que você encontra no Cruze e no Captiva. Para ultrapassar sem sustos, abuse do acelerador. Isso mostrará que a transmissão não é rebelde ou preguiçosa, mas foi programada para responder mais lentamente a fim de poupar o conjunto.
SUPERIOR
A suspensão não é uma revolução: a dianteira é independente, em duplo A, e a traseira traz feixe de molas com eixo rígido – padrão para esta proposta de picape. A calibração do sistema passa confiança para rodar em pisos lisos ou acidentados com nível de aderência semelhante. Pena os pneus (Bridgestone Dueller All Terrain) torcerem mais do que deveriam. Ainda assim, a novidade está muito à frente da usada na atual. É mais suave, mas não é mole. Ou seja, confortável. Também encara melhor uma tocada rápida, algo em que a maior rigidez torcional da carroceria ajuda à beça.
O pedal dos freios não é o melhor da categoria, mas resolve. Só se lembre de que, se precisar frear forte, você terá de montar no pedal. A direção também é mais precisa que a do modelo atual e que a de muitos concorrentes.
Em resumo: a nova picape é muito superior à S10 atual. Tanto que merecia novo nome também no Brasil. Cotada para ser lançada no País até março, ela exibe estilo mais europeu de direção (como a VW Amarok) e pode competir em pé de igualdade com qualquer outra. É melhor em aceleração, apesar do motor que demora a crescer de giro, tem suspensão mais capaz, direção mais precisa e freios eficientes. Em resumo: a receita certa (e da moda) para enfrentar em pé de igualdade a forte concorrência.
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