No mundo da propaganda nem sempre 2 + 2 são 4. Nem 5. Ao se avaliar a relação entre a transmissão de futebol e o quanto as marcas pagam para aparecer lá, fica nítido que a conta não fecha.
Em 10 anos de medição de audiência na Grande S.Paulo, principal mercado do país, a Globo viu seu público debandar em cerca de 20%, entre as TVs ligadas, enquanto o Campeonato Brasileiro era transmitido. De 2005 para cá, a perda foi de 17%. Os dados são parte de um levantamento inédito de Ricardo Feltrin, do portal F5 .
Mas engana-se quem pensa que o preço do patrocínio acompanharia a queda. Numa jogada de mestre, que ignora a lógica, à medida que as pessoas arrumaram outras coisas para fazer ou assistir, o preço das cotas subiu 123% desde 2005. Mesmo com menos público vendo seus ídolos nacionais.
Os números dão a dimensão do tamanho do negócio. Mina de dinheiro, a paixão nacional representa em 2011 receita de R$ 2 bilhões, brutos, para a emissora. Para se ter uma ideia da evolução dos valores, em 2005 uma cota de patrocínio era colocada à venda por R$ 78 milhões. Em 2012, é oferecida a R$ 174 mihões. Só que neste mesmo período a audiência caiu de 27, 5 pontos, há seis anos, para a média atual de 21,1. Cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande S.Paulo.
Nem por isso as empresas reclamam. Garantiram espaço para o ano que vem as marcas Ambev, Coca-Cola, Itaú, Vivo, Volkswagen e Johnson & Johnson, que estarão nas 105 partidas a serem transmitidas pela TV.
De acordo com Ricardo Feltrin, a Globo não quis comentar o assunto.
Redação Adnews
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