Polêmica movimenta concorrência do Banco do Brasil

Representantes das 21 agências que concorrem pela conta publicitária do Banco do Brasil, com verba anual de R$ 420 milhões e que será dividida entre três operações (leia mais aqui), receberam um e-mail na última sexta-feira que, supostamente, adiantava o conceito vencedor do processo de licitação.

A mensagem, sem remetente oficial ou qualquer ligação com o banco, Governo Federal ou órgão competente, indicava que as propostas aprovadas seriam baseadas nos conceitos “O melhor do Brasil para os brasileiros. Todo seu”, “É diferente. É todo seu”, e “BB. Mais seu. Mais Brasil” – sendo o primeiro deles relacionado à Artplan, atual detentora da conta, juntamente com a Master.

O banco, por meio de sua assessoria, nega que qualquer tipo de mensagem tenha sido enviada para envolvidos ou não na licitação, garantindo que os invólucros com o resultado estão lacrados e só serão abertos às 10h da manhã desta terça-feira (14), na sede do Banco do Brasil, em Brasília, conforme previamente marcado. Se mantém na disputa Agência3, Agnelo Pacheco, Arcos, Artplan, Babel, Contexto, Giacometti, Giovanni+Draftfcb, Heads, Ideia 3, Leiaute, Lew’Lara\TBWA, Master, Matisse, NBS, Ogilvy, Paim, Perfil, Propeg, Salles Chemistri e Z+.

Responsáveis

Apenas sete profissionais tiveram acesso às propostas, sendo eles os responsáveis pela análise do conteúdo e seleção das que mais se adequavam às solicitações do edital. Foram selecionados para a função três funcionários do Banco do Brasil especialistas na área de marketing e comunicação: Colóvis de Castro Júnior, Hugo Paiva de Oliveira do Amaral e Wagner de Siqueira Pinto; um funcionário especializado nas áreas de marketing, estratégia e organização: Paulo Eduardo Lopes; e dois membros que não possuem vínculo com o banco: Gislaine Passador Bittencourt de Sá (Secom) e Erica Maria Teixeira Andrade (Ministério da Fazenda) – que necessariamente deveriam ter formação em Comunicação, Publicidade ou Marketing. O trabalho da equipe, intitulada Subcomissão Técnica, é coordenado pela gerente executiva Sylvana Uchoa Mascarenhas Coutinho, presidente da Comissão Especial de Licitação.

Profissionais envolvidos na disputa acreditam que a veracidade do e-mail é totalmente duvidosa, podendo ser artifício de alguma das partes, ou até mesmo de concorrentes interessados na verba que ficaram fora da disputa, para forçar um possível adiamento ou cancelamento do processo licitatório. Caso o resultado conhecido na manhã desta terça mostre qualquer semelhança com a mensagem vazada, há grandes chances de uma interrupção na concorrência para que haja uma investigação mais aprofundada.