Projeto Riologia lança pesquisa “CDFs – Construtores do Futuro” e traça o perfil de pessoas que trocaram o consumo imediato por bens duráveis e não-duráveis por educação
A evolução
de consumo da Classe C despertou sonhos antes impossíveis. A principal
mudança no padrão de comportamento está no perfil do jovem brasileiro:
se antes o sonho era o tênis ou a roupa da moda, hoje a educação é vista
como uma moeda capaz de bancar o desejo de um futuro melhor.
Diferenciando-se da massa que forma a nova classe média, os jovens
começaram a revolucionar as formas de consumir e devem mudá-las ainda
mais.
O perfil desse novo consumidor foi traçado por meio do projeto
Riologia, no estudo “CDFs – Construtores do Futuro”, coordenado pela
Agência Quê e pela Casa 7 Núcleo de Pesquisa, que juntas estão traçando
personalidades do carioca. Representada por 54% da população brasileira,
no Rio de Janeiro, a Classe C possui 79% de jovens entre 24 e 38 anos
engajados em mudar o futuro.
Enquanto boa parte dessa classe se preocupa com o consumo de bens
duráveis e não-duráveis, e nesse ponto encontram marcas prontas para
atenderem suas vontades, o jovem se compromete a gastar pensando no
futuro. “É como se a massa estivesse olhando para o presente e os CDFs
para o amanhã. Eles têm menos propensão para o endividamento e as
decisões são mais precisas. A maneira como constroem a relação de compra
também é diferente”, afirma Adriana Hack, Diretora Geral da Casa 7
Núcleo de Pesquisa, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Educação como saída
Um dos fatores responsáveis pela mudança no perfil e engajamento dos
jovens está relacionado à banda larga. De acordo com a pesquisa, a
possibilidade de acesso à internet e, por consequência, às redes sociais
gerou oportunidades de informação e comunicação. Ao se atualizarem, eles descobriram que outro mundo é possível e só pode ser construído agora.
Diferente da maior parte da Classe C, o jovem CDF tem a consciência de
que a formação universitária é uma facilitadora para a entrada no mercado de trabalho
e um fator de incentivo para aprimorar o conhecimento, seja por meio de
cursos de pós-graduação ou de extensão. Hoje, 17% deles fazem faculdade
e 49% desejam cursar alguma nos próximos anos.
Além disso, 93% acreditam que o esforço feito no dia a dia garantirá um
futuro melhor. “Essas pessoas se destacam com uma possibilidade enorme
de programar o futuro. Obstinados, disciplinados, focados, batalhadores e
ocupados eles têm características muito diferentes da outra parte da
Classe C. Eles usam todas as possibilidades que têm para investir neles
mesmos”, avalia Tatiana Soter, Diretora de Planejamento e Atendimento da
Agência Quê, em entrevista ao portal.
Outro ponto que determina os pés no chão é a escolha racional e prática
da faculdade: 44% valorizam a proximidade geográfica, 43% o valor da
mensalidade e 39% o curso oferecido. Na hora de escolherem o que
estudar, 75% definem a carreira não pela vocação, mas pelas
oportunidades no futuro. Para 30% a área que escolhem é a que já estão
trabalhando e o curso mais em voga é Administração, com índice de 14%.
Futuro sustentável
Ainda que a definição do novo jovem da Classe C seja específica, o
futuro dos CDFs mudará o consumo do brasileiro de forma geral. Segundo o
estudo Riologia, a capacidade de transformação ajuda na compreensão das
relações que têm sido criadas. “Eles são o arquétipo do guerreiro
brasileiro, a prova de que a condição social pode ser modificada e isso
refletirá em todos nós”, afirma Adriana.
A rotina extenuante de aliar trabalho, criação dos filhos e estudo faz
com que esse jovem não seja estimulado para comprar por impulso. Pouco
endividados, a base da pirâmide de consumo deles é formada
prioritariamente por educação. A massa, por sua vez, prioriza gastos com
eletrodomésticos e artigos para casa, justamente itens que são
ofertados a cada olhada na TV ou caminhada pelas ruas.
A longo prazo, a solidez na maneira de consumir encontrará lugar ao
lado dos jovens. Ao assumirem compromissos, eles agem de forma mais
segura e sustentável, querendo garantir que terão uma vida melhor que a
de seus pais. Tanto é que grande parte dessas pessoas são as primeiras
da família a entrarem em uma faculdade.
“A princípio rejeitados por alcançarem um posto nunca antes visto entre
os familiares, logo eles se tornam mais admirados e exemplos a seguir.
Em breve, os CDFs cruzarão as fronteiras da classe média e vão consumir
bastante, mas de forma muito particular. Eles consumirão o que tem a ver
com eles, com seu estilo, valorizando o que é essencial para sua
língua. Certamente são passos a serem refletidos e seguidos”, pontua
Tatiana.
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