Você nunca conseguiu fazer com seu carro a mesma média de consumo
divulgada pela fabricante? Pois você não está sozinho. Os números
divulgados pelas montadoras sempre seguiram uma norma oficial, a NBR
7024, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Essas médias,
difíceis de serem reproduzidas na vida real, são obtidas em
laboratórios, com combustível padrão, velocidade controlada, ambiente
refrigerado e o carro sendo testado sobre dinamômetro. Ou seja, nada
mais distante da realidade. Por isso, o Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) baixou a Portaria número
10, de 11 de janeiro deste ano, obrigando as montadoras a utilizar uma
nova fórmula de cálculo. Os testes continuam a ser feitos da mesma
forma, mas os números ali apurados precisam ser submetidos a um fator de
correção. Com isso, tendem a ficar mais próximos das situações
encontradas na vida real. Afinal no dia a dia o motorista enfrenta
engarrafamentos, subidas, resistências aerodinâmicas, combustível
adulterado. Além disso, põe bagagem no porta-malas, usa ar-condicionado,
leva a família, etc.
Em suas considerações, a portaria
do Inmetro diz, entre outras coisas, que é necessário “informar ao
consumidor valores condizentes de consumo de combustível, em veículos de
passageiros e comerciais leves, praticados em vias públicas
brasileiras”. Com a norma, a portaria do Inmetro pretende aproximar as
informações divulgadas pelas montadoras às médias obtidas pelos
motoristas no “uso cotidiano” do automóvel. Pela nova metodologia, um
veículo que segundo a fabricante fazia, por exemplo, 15 km;l, agora vai
ter sua média rebaixada para cerca de 11 km;l. Não estranhe.
Provavelmente, é o que você conseguia fazer com ele.
Para
isso, desde o dia 15 de abril as fabricantes precisam utilizar a
seguinte fórmula para divulgar as médias de consumo em manuais,
prospectos comerciais ou qualquer outro meio:
Novas equações para cálculo de consumo automotivo pelo Inmetro
A
portaria, no entanto, deixa uma brecha para quem não quiser se
enquadrar: em seu artigo primeiro, ela diz que, “quando disponibilizadas
(...), as declarações deverão ter sua base de cálculos e procedimentos
de acordo com os critérios da norma técnica ABNT NBR 7024 (...), sendo
os valores obtidos reajustados de acordo com os critérios explicitados
nos parágrafos abaixo”.
Isso significa que só precisam seguir as novas regras as montadoras que desejarem divulgar as médias de consumo. Honda a Toyota,
por exemplo, não divulgam médias de consumo ou dados de desempenho, e
provavelmente vão continuar assim. Marcas que normalmente fazem
publicidade de seus números, ou vão se adequar às novas normas (o que
deve significar um aumento de cerca de 30% no consumo divulgado), ou vão
deixar de publicar a média de consumo de seus carros.
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