O Grupo Volkswagen anunciou nesta quarta-feira (4) um plano para acelerar a fusão com a fabricante de esportivos de luxo Porsche.
A montadora alemã já possuía 49,9% de participação na marca e previa
comprar o restante até 2014, mas deverá fechar negócio antes, por 4,46
bilhões de euros. Segundo o comunicado divulgado pela VW, a Porsche
passará a integrar o grupo a partir de 1º de agosto próximo. O plano foi
aprovado nesta quarta pela direção das duas companhias.
Presidentes
do grupo Volkswagen (à frente) e da Porsche AG a bordo de um 911 no
último dia 25 de junho, durante encontro anual da holding (Foto: Thomas
Kienzle/AFP)
"É bom para a Volkswagen, bom para a Porsche e bom para a indústria
alemã", comemorou Martin Winterkorn, presidente-executivo do grupo
Volkswagen. "Combinar as operações vai fortalecer as duas empresas, em
termos financeiros e estratégicos."
Fazem parte atualmente do grupo Volkswagen,
além da marca de mesmo nome, Audi, Skoda, Lamborghini, Bugatti,
Bentley, Seat, e as fabricantes de caminhões Scania e MAN. O grupo
Volkswagen quer superar a Toyota como a maior montadora do mundo com a
meta de vender 10 milhões de veículos por ano até 2018, por meio da
combinação de aquisições agressivas, crescimento em mercados emergentes e
redução de custos produtivos. A compra mais recente foi a da fabricante de motos Ducati pela Audi, estimada em 860 milhões de euros.
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'Namoro' complicado
O "namoro" de Volkswagen e Porsche começou em agosto de 2009, quando as duas marcas fizeram um acordo de fusão
após a fabricante do icônico esportivo 911 ter acumulado mais de 10
bilhões de euros (US$ 12,54 bilhões ) em dívida na tentativa de comprar a
Volkswagen. A holding da Porsche ainda tinha uma dívida de 1,5 bilhão
de euros. Naquela ocasião, o grupo alemão passou a ter 49,9% das ações
da Porsche.
Em janeiro de 2011, a Justiça dos EUA indeferiu um processo de um grupo
de fundos que exigia mais de US$ 2 bilhões em danos contra a montadora
alemã, mas outros processos continuavam correndo na Europa. Pelo acordo
entre as duas empresas, a fusão era prevista para ocorrer no ano
passado, mas, em setembro, a Volkswagen desistiu por conta desses riscos
legais. Esses processos alegavam que a Porsche secretamente acumulou
ações da Volkswagen e mais tarde causou prejuízos bilionários a
investidores. Além disso, pelos termos do acordo, só seria viável que as
marcas trabalhassem juntas a partir de 2014.
Em março passado, a Volkswagen adquiriu a Porsche Holding
por 3,3 bilhões de euros, o que lhe deu o direito de negociar e operar a
marca. Ela também passou a ser presidida por Winterkorn.
Na semana passada, o grupo afirmou que a compra da fabricante do 911
poderia ser finalizada "antes de 2014" por meio de uma alternativa ao
acordo assinado em 2009, confirmado nesta quarta, que acelera a fusão
das marcas.
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