Os prêmios viraram uma moeda importante de valorização de passes individuais, de conquistas de contas e, até, de aquecimento de agências na Bolsa. Exatamente por isso não podem ser banalizados
A JWT bateu um bolão em seu seminário durante o Festival de Cannes,
semana passada, ao fazer uso de algo que está diante dos nossos olhos.
Se o poder mudou de mãos, nada mais natural ir onde ele está, sem
preconceitos, e fazer bom uso dessa nova democratização da inovação. Na
segunda-feira, 18, Jeff Benjamin, CCO da rede, levou ao palco três
representantes de uma nova safra de empreendedores globais que têm
idades entre nove e 12 anos. O destaque ficou com Jordan Casey, 12, da
Irlanda, que começou a carreira aos nove anos aprendendo com o YouTube,
pesquisando no Google e nas redes sociais até se tornar um programador.
Seu jogo mais recente, Aliens Ball x Humans, está entre os 50 mais
baixados da Apple Store.
Jonathan Mak era um estudante chinês de Design de 19 anos que se tornou mundialmente conhecido, no ano passado, após a morte de Steve Jobs, por ter feito uma imagem em homenagem ao fundador da Apple que ganhou o mundo. A figura exibia a silhueta de Jobs dando forma à maçã-ícone da Apple. Depois do sucesso instantâneo, a Ogilvy Shangai o contratou. A agência levou um dos GPs de Outdoor em Cannes com o Pôster “Hands”, criado por Mak.
Jonathan Mak era um estudante chinês de Design de 19 anos que se tornou mundialmente conhecido, no ano passado, após a morte de Steve Jobs, por ter feito uma imagem em homenagem ao fundador da Apple que ganhou o mundo. A figura exibia a silhueta de Jobs dando forma à maçã-ícone da Apple. Depois do sucesso instantâneo, a Ogilvy Shangai o contratou. A agência levou um dos GPs de Outdoor em Cannes com o Pôster “Hands”, criado por Mak.
+
Pôster "Hands"
Crédito: Divulgação
Dois exemplos que demonstram uma abertura da lente de observação,
necessária nos dias de hoje por parte de quem possui a criatividade como
matéria-prima de seu ofício. Crianças, jovens e adolescentes têm um
jeito especial de ver o mundo e passam a ser não só personagens do novo
ecossistema alimentado pelas redes, como também protagonistas. Mudam
rapidamente para a próxima fase no eterno game no qual suas vidas são
baseadas.
Mudar de fase, evoluir, encarar novos desafios, fazer as coisas de forma diferente deveriam ser mantras de quem trabalha na indústria da comunicação. Mas para boa parcela das agências brasileiras parece que o que ocorre é exatamente o contrário. Elas se agarram à segurança do conhecido, do velho, do manjado. Relutam em mudar, em abraçar o novo e se abrir para o desconhecido.
Essa parece ser a postura que mais uma vez resultou na avalanche de produção de peças-fantasma, tomando conta de parte considerável das peças vencedoras de
Leões brasileiros este ano, que passaram de 70. Adoraria estar aqui escrevendo sobre o case brasileiro premiado em Titanium que explorou de forma simples e criativa um novo uso da tecnologia para uma determinada marca de bens de consumo. Mas tenho de ficar batendo novamente na tecla da produção específica para Festival, pois ela está beirando o limite do aceitável e do razoável.
Enquanto essa discussão ficar apenas nos bastidores e for esquecida nas próximas semanas, quando a ressaca de Cannes passar, essa atitude nunca vai mudar. Por conta disso, Meio & Mensagem assume publicamente o compromisso de, a partir de agora, lidar com esse assunto de forma mais constante e não deixá-lo morrer ao longo do ano. Afinal, como principal veículo do trade nacional, temos também essa responsabilidade. Se os clientes estão indo cada vez mais para Cannes é porque há ainda um espaço e uma abertura para que eles participem dessa discussão com mais massa crítica e de forma mais contextualizada.
Essa prática ocorre porque os prêmios viraram uma moeda importante de valorização de passes individuais, de performances de rede, de conquistas de contas e, até, de aquecimento de agências na Bolsa. Se eles são tão importantes assim, não faz sentido serem banalizados.
Mudar de fase, evoluir, encarar novos desafios, fazer as coisas de forma diferente deveriam ser mantras de quem trabalha na indústria da comunicação. Mas para boa parcela das agências brasileiras parece que o que ocorre é exatamente o contrário. Elas se agarram à segurança do conhecido, do velho, do manjado. Relutam em mudar, em abraçar o novo e se abrir para o desconhecido.
Essa parece ser a postura que mais uma vez resultou na avalanche de produção de peças-fantasma, tomando conta de parte considerável das peças vencedoras de
Leões brasileiros este ano, que passaram de 70. Adoraria estar aqui escrevendo sobre o case brasileiro premiado em Titanium que explorou de forma simples e criativa um novo uso da tecnologia para uma determinada marca de bens de consumo. Mas tenho de ficar batendo novamente na tecla da produção específica para Festival, pois ela está beirando o limite do aceitável e do razoável.
Enquanto essa discussão ficar apenas nos bastidores e for esquecida nas próximas semanas, quando a ressaca de Cannes passar, essa atitude nunca vai mudar. Por conta disso, Meio & Mensagem assume publicamente o compromisso de, a partir de agora, lidar com esse assunto de forma mais constante e não deixá-lo morrer ao longo do ano. Afinal, como principal veículo do trade nacional, temos também essa responsabilidade. Se os clientes estão indo cada vez mais para Cannes é porque há ainda um espaço e uma abertura para que eles participem dessa discussão com mais massa crítica e de forma mais contextualizada.
Essa prática ocorre porque os prêmios viraram uma moeda importante de valorização de passes individuais, de performances de rede, de conquistas de contas e, até, de aquecimento de agências na Bolsa. Se eles são tão importantes assim, não faz sentido serem banalizados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário