Rodamos 614km com o novo Citroën DS3, que rende 165 cavalos e mira Audi A1 e Mini Cooper S
Nos anos 50, a Citroën espantou o mundo com o futurista sedã DS (as
letras que soam como déesse, deusa em francês). Recentemente, a marca
resolveu ressuscitar o nome — desta vez, contudo, a intenção não é
revolucionar a tecnologia, mas dar à freguesia um pouco de luxo,
diversão e exclusividade.
A Citroën pega seus carros da linha normal (C3, C4 e C5), aproveita a
plataforma e dá um banho de loja. Capricha no estilo e apimenta a
mecânica.
O primeiro desses modelos a desembarcar no Brasil é o DS3, que começa
a ser vendido esta semana por R$ 79.900. Tem como base a nova geração
do hatch C3 (usada também no C3 Picasso feito no Brasil).
Sob o capô, porém, quanta diferença: lá está o mágico motor 1.6 turbo
que conhecemos dos Peugeot 3008 e 408 THP. E, de quebra, o carro ganhou
uma caixa manual de seis marchas, suspensão firme e outros baratos
mais.
Bem impressionados com esse jeito de anão encrenqueiro, começamos uma
convivência de três dias e 614 quilômetros com o carrinho. Em tudo, a
forma supera a função. O pomo vermelho da alavanca do câmbio manual de
seis marchas parece a bola 1 da sinuca.
Sua alavanca tem curso longo demais e os engates são meio imprecisos– o DS3 bem que merecia algo melhor. A embreagem do DS3 é pesadinha. Em ruas irregulares o rodar é áspero.
Sua alavanca tem curso longo demais e os engates são meio imprecisos– o DS3 bem que merecia algo melhor. A embreagem do DS3 é pesadinha. Em ruas irregulares o rodar é áspero.
No segundo dia pegamos a estrada rumo à Serra da Mantiqueira, em Minas. Aí sim, o DS3 mostrou a que veio.
Por ironia do destino, o motor desenvolvido em conjunto pela PSA
Peugeot Citroën e a BMW é o mesmo adotado pelo rival Mini. No DS3,
contudo, rende 165 cv– enquanto no Cooper S são 180 cv. A partir de
2.000 rpm o motor já está acordado e feliz.
Sobre o bom asfalto da Dutra, até esquecemos daquela aspereza inicial, bem como dos barulhinhos de plástico batendo.
Nas curvas, com janela aberta, vem um ronquinho nervoso. A cada tirada de pé do acelerador, ouvem-se os suspiros da válvula de alívio do turbocompressor– algo que não acontece mais nos Volks alemães, metidos a civilizados.
Nas curvas, com janela aberta, vem um ronquinho nervoso. A cada tirada de pé do acelerador, ouvem-se os suspiros da válvula de alívio do turbocompressor– algo que não acontece mais nos Volks alemães, metidos a civilizados.
Nas Curvas /Seguindo pela Via Dutra, o controle de
cruzeiro (vulgo piloto automático) representou um belo alívio para o pé
direito deste escriba, convalescente de uma entorse. Eis que saímos na
direção de Passa Quatro e Pouso Alto. Mais asfalto bom, agora
serpenteando montanha acima por entre fazendas. É o mundo perfeito para o
DS3.
Marcha para baixo e o turbocompressor começa a soprar. De 2.000 a 6.000 rpm, o motor cresce com facilidade assustadora e aceleração brutal.
Marcha para baixo e o turbocompressor começa a soprar. De 2.000 a 6.000 rpm, o motor cresce com facilidade assustadora e aceleração brutal.
Vamos alternando terceira e quarta marchas, para manter a
“caldeirinha ardendo”. Só tome cuidado para não errar– lembre que o
trambulador é meio impreciso... Bom de curva, o divertido DS3 mostra a
que veio. E tome espirros do turbo — é o overboost que, dependendo da
inclinação do pedal do acelerador, segura a pressão até 1,8bar. Na
volta, chega da atividade animada e vamos retornar serenos, em sexta
marcha e ouvindo apenas o DS3 cortar o ar.
Ficha Técnica
Citroën DS3
Citroën DS3
PREÇO: R$ 79.900
ORIGEM: França
MOTOR: A gasolina, quatro cilindros, 16v, turbo, 1.598cm³, potência de 165cv (a 6.000rpm) e torque de 24,5kgfm (a 1.400rpm)
TRANSMISSÃO: Câmbio manual de seis marchas, tração dianteira
DIMENSÕES: 3,94 m de comprimento, 1,71 m de largura, 1,48 m de altura e 2,46 m de entre-eixos
FREIOS: Discos na dianteira e na traseira, com ABS
PNEUS: 205/45 R17
DESEMPENHO: De 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e velocidde máxima de 219 km/h
Tanque: 50 litros
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