sexta-feira, 1 de junho de 2012

A criatividade nos negócios


Nosso cérebro é dividido em dois hemisférios: o esquerdo, onde se desenvolve o raciocínio lógico; e o direito, responsável pelo raciocínio criativo. O primeiro é usado no nosso dia a dia. Tudo que realizamos está ligado ao hemisfério esquerdo – o que nem sempre é vantagem para o mundo da criatividade, presente no lado oposto. 

 
Mais racionalidade e menos experimentações: isso é bom ou ruim? Se for bom, até que ponto seria benéfico aos profissionais, às empresas e à sociedade? 
 
Acostumados a pensar e agir de acordo com os paradigmas cartesiano – que é baseado no raciocínio lógico, linear, sequencial – deixamos de lado nossas emoções, intuições, criatividade e tantas outras qualidades, necessárias para uma vida produtiva. E o prejuízo que isto nos representa, no papel de empreendedores, pode ser observado em pesquisas. 
 
Em 2010, de cada 100 brasileiros pelo menos 17 eram empreendedores, segundo a Global Entrepreneurship Monitor. E isto nos coloca dentre os países mais empreendedores do mundo. Porém, no mesmo período, dados divulgados pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) apontam que 62% dos novos empreendimentos no país vão a falência nos primeiros cinco anos. A contraponto à consultoria internacional, os dados também nos colocam no topo do ranking mundial de fracassos em novos empreendimentos. 
 
Se já somos a nação mais empreendedora do mundo, porque ainda não somos capazes de manter nossas empresas? Sabe-se que empreender demanda uma série de estudos lógicos a começar pelo plano de negócio. Porém o pensamento cartesiano e racional tem sido suficiente para a continuidade de nossas empresas? Estaria faltando emoções, intuições, criatividade na manutenção de nossos empreendimentos? 
 
A questão está muito clara! Um empreendedor que sabe aproveitar criativamente as oportunidades consegue tomar decisões inovadoras com uma dose moderada de intuição – e este pode ir muito mais longe que indivíduos puramente movidos pela lógica. Nem sempre as respostas para as perguntas que surgem no processo de administração de um negócio podem ser encontradas somente nos dados estatísticos, financeiros e teóricos. 
 
Todo negócio conta com o envolvimento de pessoas, em diferentes esferas. E isto torna o ambiente mercadológico totalmente imprevisível – demandando sim, ações e decisões lógicas, mas também muita intuição e criatividade na resolução de conflitos e problemas do dia a dia. 
 
A mera memorização de fórmulas e teorias que nos deem as respostas prontas para todas as perguntas nos prejudicam, em partes. Devemos nos “rebelar” e partir para pensamentos criativos para empreendermos com inovação, diferenciação e pioneirismo. Porque é isto que faz o sucesso e a permanência de um empreendimento no mercado. 
 
Portanto, meu conselho aos empreendedores é que no processo de administração de seus negócios – e, principalmente, na tomada de decisões - nunca deixem de ter os “problemas” esclarecidos por números e fatos. Mas ao deliberarem, não se esqueçam de levar em consideração o sexto sentido e a criatividade. Lição de casa feita, sucesso garantido! 
 
Marcus Vinicius de Andrade é empresário e administrador de empresas.

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