O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, que também é presidente da
Fiat (líder em vendas de carros de passeio e veículos comerciais
leves), sustentou nesta quarta-feira (11) que os investimentos de
fabricantes e do setor de autopeças devem "deslanchar" neste ano depois
do governo anunciar medidas de estímulo econômico à indústria.
"Acredito que os investimentos vão deslanchar neste ano, não só nas montadoras, como também em autopeças", afirmou o executivo.
Após reunir-se por cerca de duas horas com o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, Belini reafirmou o plano de investimento das montadoras, que
prevê aporte de US$ 22 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) até 2015.
Esta cifra é a mesma revelada no começo do mês, durante a coletiva periódica da associação de fabricantes e ainda pode ter variações (confira aqui).
Atualmente uma série de projetos de novas fábricas de veículos no país estão sendo executados por marcas como Toyota, Fiat, Hyundai, Suzuki, JAC, Chery, Nissan e BMW.
CRÉDITO APERTADO
Belini ressaltou, no entanto, que o acesso ao crédito automotivo pelos consumidores continua difícil diante da maior cautela das instituições financeiras em emprestar a prazos maiores, devido ao aumento da inadimplência no início do ano. No primeiro trimestre, as vendas de veículos novos no país recuaram quando comparadas com 2011 (saiba mais sobre a venda de carros no país aqui).
Belini disse que Mantega prometeu estudar medidas para facilitar o
acesso ao crédito por pessoa física na compra do automóvel, mas não deu
detalhes.
Na segunda-feira, as chinesas Chery e JAC, novas entrantes no
setor, também citaram fraqueza nas vendas do início do ano em meio à
redução do prazo de financiamento pelos bancos após o aumento da
inadimplência, que em fevereiro passou a 5,5%, ante 2,8% no mesmo mês de
2011.
NOVAS REGRAS, MESMO SALDO
O governo divulgou na semana passada um novo regime automotivo no país para o período de 2013 a 2017 (saiba mais aqui) , pelo qual estimula o uso de autopeças nacionais, mas cobra investimentos em pesquisa e desenvolvimento pelas montadoras em troca de incentivos tributários -- não elimina, portanto, a dependência de auxílio público na sustentação do setor (releia crítica opinativa ao sistema aqui).
O presidente da Anfavea elogiou as medidas de estímulo à indústria e
afirmou que "o setor vai continuar se expandindo". A expectativa da
entidade para este ano, porém, não mudou: prevê alta de 4 a 5% nas
vendas, para um novo recorde com algo entre 3,77 e 3,81 milhões de
unidades. (Com redação do UOL, em São Paulo)
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