O Veloster já nasceu sendo assunto. Desde que fez sua estreia mundial, em janeiro deste ano, Salão de Detroit (EUA), o hatch vem chamando a atenção. Sua estreia no Brasil no último mês também causou furor. Aliás, continua causando até agora. Para se ter uma ideia, desde o início do mês, até este domingo (30), o novato foi responsável por 1.812 emplacamentos, o que já representa quase um empate com o hatch i30 (1.865).
Segundo as revendedoras da marca, as vendas não estão ainda maiores porque não há estoque suficiente nas lojas, que dependem da entrega de mais exemplares. Em contato com algumas concessionárias, fomos informados de que o prazo médio de espera para quem quer comprar um Veloster chega a 60 dias. E tem muita gente na fila esperando para levá-lo para casa.
Quem curte se informar sobre carros, obviamente, sabe que o hatch coreano desembarcou recentemente aqui no Brasil. E até quem não é muito ligado no mundo automotivo, já ouviu falar alguma coisa sobre o Veloster. Se não souber chamar o carro pelo nome, ao menos se refere ao modelo como “aquele carro de três portas”. Seja efeito das agressivas campanhas publicitárias da Hyundai, ou mesmo pelos comentários que não saem da “boca do povo”, não há como negar que o Veloster é um dos assuntos da vez por aqui.
Mas o que poucos sabem é o que realmente há sob o capô deste lançamento. Se você chutou um motor de 140 cavalos, acertou e errou. Por que? Segundo a Hyundai, o Veloster é equipado com um motor 1.6 DOHC (sigla para duplo comando de válvulas no cabeçote), com duplo CVVT (comando de válvulas com variação contínua), MPI (abreviação para de injeção multiponto), quatro cilindros, dezesseis válvulas e ressalta seus 140 cv de potência. Por outro lado, o motor do Hyundai Veloster vendido em outros países e com injeção direta de combustível, conhecido pela sigla GDI (injeção direta de combustível, ou Gasoline Direct Injection) entrega essa potência.
Então, fica a seguinte questão: como um motor que não conta com essa tecnologia GDI também oferece a mesma potência? A melhor resposta para o momento é, na verdade ,uma outra pergunta: será que ele, realmente, rende 140 cavalos, como diz categoricamente a Hyundai? Pesquisando na gama de motores da Hyundai, o bloco 1.6 DOHC também é oferecido no Veloster à venda no mercado chileno e colombiano, mas a diferença é que lá a potência do motor é de 128 hp, o equivalente a 130 cv. Fato é que há uma diferença nada desprezível de cerca de 10 cavalos no mesmo motor.
É ou não é?
Questionada a respeito do “surgimento” de 10 cavalos debaixo do capô do Veloster à venda no mercado brasileiro, a assessoria de imprensa da Hyundai ressaltou apenas que os motores foram homologados com 140 cv. Na tentativa de dar fim aos questionamentos, o porta-voz da Hyundai afirmou que, com as condições brasileiras, incluindo o combustível, o motor fornece a potência mencionada.
Como não tivemos a oportunidade de testar o Veloster (a Hyundai não promoveu evento de lançamento para a imprensa e afirma que não há veículos disponíveis para empréstimo e teste de jornalistas), recorremos a um especialista no assunto para tentar encontrar uma explicação para o “fenômeno da multiplicação dos cavalos”. Segundo o engenheiro e chefe da divisão de motores e veículos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Renato Romio, não existe a possibilidade de um motor entregar essa quantidade a mais de cavalos somente pelo fato de o combustível, no caso a gasolina, ter percentual diferente de etanol em sua mistura, como acontece no Brasil. “Nossa gasolina é composta de cerca de 22% de etanol, combustível com menor poder calorífico. Devido a essa proporção da mistura, no Brasil, os carros tendem a consumir mais e apresentar uma elevação na potência. Mas aumento na quantidade de cavalos com a gasolina brasileira chega no máximo a 1%”, ressalta o engenheiro.
Ainda de acordo com o especialista, não é possível que um propulsor entregue cerca de 10 cavalos a mais do que sua capacidade máxima sem que haja uma preparação, ou seja, modificação da taxa de compressão, entre outros itens. Porém, a Hyundai, não confirmou nenhuma alteração no bloco 1.6 que equipa o hatch esportivo.
Voz do dono
A queixa a respeito do que há sob o capô está deixando proprietários de Veloster intrigados. É o que está acontecendo com Roberto Brilhance Ribeiro, 51 anos, comerciante, que a cerca de um mês comprou um exemplar do novo hatch da Hyundai. Motivado principalmente pelo visual diferente do veículo, o comerciante e fã de esportivos adquiriu um Veloster topo de linha na cor prata. “Embora ele desenvolva bem, não perece que a potência chega aos 140 cavalos”, comenta. Além de se queixar do motor do carro, Roberto também reclama que o consumo do Veloster não atende suas expectativas. “O carro faz cerca de 8 a 9 quilômetros com um litro. Essa média está muito longe do que eu ouvi falar que o carro fazia”, disse.
E as lamentações não param por aí. “Na hora de me vender o Veloster, falaram que ele viria com GPS, mas não veio. E quando eu travo o carro ele não fecha o teto, vidros nem rebate o retrovisor, como também foi prometido”, reclama Roberto ao explicar que, para que o carro tenha fechamento automático destes três itens, o concessionário vende um módulo à parte no valor de R$ 800.
O comerciante diz ainda que tentou buscar informações a respeito do motor, consumo e itens de série do na concessionária Hyundai, em São Paulo, onde comprou o carro, mas até o momento não obteve resposta. “Eles não dão informações na concessionária. Eu faço os questionamentos e eles falam que vão consultar, mas continuam me enrolando”, lamenta Roberto.
Quanto mais Veloster, melhor
Enquanto a polêmica permanece em aberto, a Hyundai na Coreia do Sul continua veloz em seus planos de lançamentos. A mais recente novidade divulgada a respeito do Veloster é a chegada de uma versão equipada com um motor ainda mais potente. Batizado de T-GDI, o bloco 1.6 litro é capaz de render 204 cv – são 64 cv a mais.
A fabricante sul-coreana afirma que o salto de potência foi conseguido com a ajuda de um novo coletor de escapamento com turbo integrado do tipo “twin scroll” (duplo rotor), intercooler (radiador de ar), injeção direta de combustível e duplo variador de fase nos comandos de válvulas (CVVT). Para o desenvolvimento do novo motor, foram necessários US$ 61 milhões e 52 meses de trabalho, diz a Hyundai. A data de lançamento desta nova versão do hatch ainda não está definida, que dirá a confirmação da possível chegada do Veloster mais potente ao Brasil.
Segundo as revendedoras da marca, as vendas não estão ainda maiores porque não há estoque suficiente nas lojas, que dependem da entrega de mais exemplares. Em contato com algumas concessionárias, fomos informados de que o prazo médio de espera para quem quer comprar um Veloster chega a 60 dias. E tem muita gente na fila esperando para levá-lo para casa.
Quem curte se informar sobre carros, obviamente, sabe que o hatch coreano desembarcou recentemente aqui no Brasil. E até quem não é muito ligado no mundo automotivo, já ouviu falar alguma coisa sobre o Veloster. Se não souber chamar o carro pelo nome, ao menos se refere ao modelo como “aquele carro de três portas”. Seja efeito das agressivas campanhas publicitárias da Hyundai, ou mesmo pelos comentários que não saem da “boca do povo”, não há como negar que o Veloster é um dos assuntos da vez por aqui.
Mas o que poucos sabem é o que realmente há sob o capô deste lançamento. Se você chutou um motor de 140 cavalos, acertou e errou. Por que? Segundo a Hyundai, o Veloster é equipado com um motor 1.6 DOHC (sigla para duplo comando de válvulas no cabeçote), com duplo CVVT (comando de válvulas com variação contínua), MPI (abreviação para de injeção multiponto), quatro cilindros, dezesseis válvulas e ressalta seus 140 cv de potência. Por outro lado, o motor do Hyundai Veloster vendido em outros países e com injeção direta de combustível, conhecido pela sigla GDI (injeção direta de combustível, ou Gasoline Direct Injection) entrega essa potência.
Então, fica a seguinte questão: como um motor que não conta com essa tecnologia GDI também oferece a mesma potência? A melhor resposta para o momento é, na verdade ,uma outra pergunta: será que ele, realmente, rende 140 cavalos, como diz categoricamente a Hyundai? Pesquisando na gama de motores da Hyundai, o bloco 1.6 DOHC também é oferecido no Veloster à venda no mercado chileno e colombiano, mas a diferença é que lá a potência do motor é de 128 hp, o equivalente a 130 cv. Fato é que há uma diferença nada desprezível de cerca de 10 cavalos no mesmo motor.
É ou não é?
Questionada a respeito do “surgimento” de 10 cavalos debaixo do capô do Veloster à venda no mercado brasileiro, a assessoria de imprensa da Hyundai ressaltou apenas que os motores foram homologados com 140 cv. Na tentativa de dar fim aos questionamentos, o porta-voz da Hyundai afirmou que, com as condições brasileiras, incluindo o combustível, o motor fornece a potência mencionada.
Como não tivemos a oportunidade de testar o Veloster (a Hyundai não promoveu evento de lançamento para a imprensa e afirma que não há veículos disponíveis para empréstimo e teste de jornalistas), recorremos a um especialista no assunto para tentar encontrar uma explicação para o “fenômeno da multiplicação dos cavalos”. Segundo o engenheiro e chefe da divisão de motores e veículos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Renato Romio, não existe a possibilidade de um motor entregar essa quantidade a mais de cavalos somente pelo fato de o combustível, no caso a gasolina, ter percentual diferente de etanol em sua mistura, como acontece no Brasil. “Nossa gasolina é composta de cerca de 22% de etanol, combustível com menor poder calorífico. Devido a essa proporção da mistura, no Brasil, os carros tendem a consumir mais e apresentar uma elevação na potência. Mas aumento na quantidade de cavalos com a gasolina brasileira chega no máximo a 1%”, ressalta o engenheiro.
Ainda de acordo com o especialista, não é possível que um propulsor entregue cerca de 10 cavalos a mais do que sua capacidade máxima sem que haja uma preparação, ou seja, modificação da taxa de compressão, entre outros itens. Porém, a Hyundai, não confirmou nenhuma alteração no bloco 1.6 que equipa o hatch esportivo.
Voz do dono
A queixa a respeito do que há sob o capô está deixando proprietários de Veloster intrigados. É o que está acontecendo com Roberto Brilhance Ribeiro, 51 anos, comerciante, que a cerca de um mês comprou um exemplar do novo hatch da Hyundai. Motivado principalmente pelo visual diferente do veículo, o comerciante e fã de esportivos adquiriu um Veloster topo de linha na cor prata. “Embora ele desenvolva bem, não perece que a potência chega aos 140 cavalos”, comenta. Além de se queixar do motor do carro, Roberto também reclama que o consumo do Veloster não atende suas expectativas. “O carro faz cerca de 8 a 9 quilômetros com um litro. Essa média está muito longe do que eu ouvi falar que o carro fazia”, disse.
E as lamentações não param por aí. “Na hora de me vender o Veloster, falaram que ele viria com GPS, mas não veio. E quando eu travo o carro ele não fecha o teto, vidros nem rebate o retrovisor, como também foi prometido”, reclama Roberto ao explicar que, para que o carro tenha fechamento automático destes três itens, o concessionário vende um módulo à parte no valor de R$ 800.
O comerciante diz ainda que tentou buscar informações a respeito do motor, consumo e itens de série do na concessionária Hyundai, em São Paulo, onde comprou o carro, mas até o momento não obteve resposta. “Eles não dão informações na concessionária. Eu faço os questionamentos e eles falam que vão consultar, mas continuam me enrolando”, lamenta Roberto.
Quanto mais Veloster, melhor
Enquanto a polêmica permanece em aberto, a Hyundai na Coreia do Sul continua veloz em seus planos de lançamentos. A mais recente novidade divulgada a respeito do Veloster é a chegada de uma versão equipada com um motor ainda mais potente. Batizado de T-GDI, o bloco 1.6 litro é capaz de render 204 cv – são 64 cv a mais.
A fabricante sul-coreana afirma que o salto de potência foi conseguido com a ajuda de um novo coletor de escapamento com turbo integrado do tipo “twin scroll” (duplo rotor), intercooler (radiador de ar), injeção direta de combustível e duplo variador de fase nos comandos de válvulas (CVVT). Para o desenvolvimento do novo motor, foram necessários US$ 61 milhões e 52 meses de trabalho, diz a Hyundai. A data de lançamento desta nova versão do hatch ainda não está definida, que dirá a confirmação da possível chegada do Veloster mais potente ao Brasil.
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