Pensar como designer é adotar um método para solucionar problemas criativamente, sem garantias de resultados. Significa abandonar a mentalidade analítica tradicional, que encara a realidade como fixa e mensurável. O designer lida com o subjetivo, a incerteza. Talvez por isso seu processo criativo pareça inacessível, imprevisível, caótico e ineficiente. E a literatura sobre o tema é teórica demais ou tem linguagem apenas para iniciados.
Daí a ideia da professora de negócios Jeanne Liedtka e do consultor Tim Ogilvie. Em seu livro Designing for growth (“Desenho para o crescimento”), eles mostram como transformar ideias abstratas em aplicações práticas. Os autores não consideram o pensamento de design melhor, apenas diferente: o yin complementar ao tradicional yang da administração. O pensamento de design parte de quatro indagações básicas, segundo Jeanne e Ogilvie: “O que é?” (definir a realidade atual), “e se?” (especular sobre o futuro), “o que surpreende?” (escolher ideias surgidas na etapa anterior), e “o que funciona?” (entender o mercado). Eles rejeitam certos mitos dos negócios, como o refrão “pense grande” – as verdadeiras grandes soluções começam pequenas, dizem (como dizia nossa reportagem de capa em junho). O método analítico quer obter rápidas respostas; o pensamento de design abre-se a possibilidades alternativas, com paciência e curiosidade sobre o que poderia ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário