quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lojas de formato menor têm destaque no crescimento dos supermercados

No acumulado dos oito primeiros meses, as vendas do setor somam aumento de 4,27% em relação ao mesmo período de 2010

As  mudanças do perfil do consumidor e do tamanho das famílias, assim como a   maior frequência de idas a supermercado para compras de volume menor  devem impulsionar as vendas nos  formatos de lojas de “bairro”  ou de “vizinhança”,  tendência que se seguirá   pelos   próximos anos. Prova disso é o destaque do  crescimento de  lojas de formato menor —  de 1 a 4 caixas registradoras (check outs) —,  que registram   alta de 3,8%,  seguidas das de  5 a 9 check-outs  (2,5%). As informações foram levantadas em um estudo apontado na pesquisa “Indicadores do Autosserviço”, divulgada ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Já as unidades  de formato maior (mais de 20 caixas)  permaneceram estáveis, com   1,7% de crescimento,  mesmo valor obtido em igual período do  ano passado.  Além disso, a Abras divulgou ontem que as  vendas reais nos supermercados cresceram 3,91% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado.  Em relação a julho deste ano, o faturamento dos supermercados caiu 2,20%.

Nos primeiros oito meses do ano, as vendas subiram 4,27% em relação ao mesmo período de 2010. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo a Abras, o mercado interno ainda não sentiu os efeitos da crise global.  “A desaceleração das vendas em volume nos supermercados brasileiros nesses oito meses em relação ao ano passado deve-se pelo largo consumo verificado em 2010, com destaque para bebidas alcoólicas, produto que teve consumo impulsionado não somente pelo ganho de poder aquisitivo das classes mais baixas, mas também pela Copa do Mundo”, diz o superintendente da Abras, Tiaraju Pires.

Para o especialista, apesar do temor dos possíveis impactos da crise econômica internacional, o setor continua crescendo de forma consistente. “Movido principalmente pelo baixo nível de desemprego, aumento da renda média e consequente elevação da massa salarial. Acreditamos que os supermercados deverão manter essa trajetória e encerrar o ano como crescimento em torno de 4% em termos reais”, diz o superintendente da Abras.

De acordo com a pesquisa da Abras, o mercado interno não sentiu a crise global. Paralelo a isso, o índice de desemprego em, agosto ficou em 6,0% estável frente a julho, mas recuou em relação ao mesmo mês do ano passado (quando era de 6,7%, o que deve servir como fator de estabilidade do setor no próximo ano.

Em relação às regiões do País, todas apresentaram aumento em suas cestas de alimentos no mês de agosto, em relação ao mês anterior. O maior índice ficou com a região Centro-Oeste (alta de 3.09%), seguida do Sudeste (2,43%), Norte (2,40%), Nordeste (1,60%) e Sul (1,29%).  20:00

Preços

Segundo o levantamento realizado pela Nielsen, a pedido da Abras, o volume das vendas nos supermercados brasileiros teve alta de 2,5% de janeiro até agosto em comparação ao mesmo período do ano passado. Essa expansão foi puxada pela alta de 7,2% da cesta de bebidas alcoólicas e de 5,2% de perecíveis.  O valor da cesta AbrasMercado, formada por 35 produtos considerados de largo consumo, como alimentos, limpeza e beleza, medido pela GfK, apresentou alta de 2,14% nos preços em agosto ante julho, para R$ 302,32. Já na comparação com agosto de 2010 o valor da cesta subiu 11,58%.

Os produtos com maiores altas em agosto frente julho foram tomate (7,09%), carne traseiro (6,50%) e frango congelado (4,50%). Já as maiores quedas no período ficaram com cebola (-11,56%), batata (-11,04%) e farinha de mandioca. Vinho (34,5%), chocolate (13,1%), cerveja (4,3%) e suco de frutas prontos (18,6%)   foram as categorias que mais contribuíram com o crescimento de 2011, enquanto óleo e azeite (-7,2%), arroz (-5,1%) , café em pó em grãos (-4,0%) e sabão em barra (-12,9%)  frearam a evolução.

Migração

No caso do sabão em barra, possivelmente. o que  pode  ter havido  é a  migração para produtos de maior valor agregado, como as  versões em pó e líquida. Para o final do ano, o  superintendente da Abras acredita que “a elevação do dólar não deverá impactar o setor de importados a    ponto de diminuir o consumo”.

O que pode haver  é  a substituição  por opções mais atrativas, capazes de competir com os preços atuais. O executivo observou ainda  que  os patamares menores projetados   para a inflação —   abaixo do esperado para  2012 — mostram  que o setor  terá fôlego para seguir estável no próximo ano.

O superintendente  disse acreditar ainda que o recente aumento do nível de endividamento do consumidor também não deve afetar as vendas deste Natal.

 

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