Na cena do tribunal no filme A Rede Social, Mark Zuckerbeg responde aos irmãos Winklevoss, que o acusavam de copiar a ideia do Facebook, a seguinte frase: "se vocês tivessem tido a ideia do Facebook, vocês seriam os criadores do Facebook". Na vida real, o que se vê, no entanto, é que depois de sete anos de existência, a rede social de Zuckerberg se especializou em se inspirar no que os concorrentes mostravam de melhor.
Nessa semana, durante a conferência F8, o CEO anunciou uma série de mudanças estruturais, entre elas o novo visual, abertamente inspirado na "timeline" do Twitter. O microblog, aliás, vem sendo a principal "vítima" do Facebook há nos. Não que os recursos de organização estrutural do Twitter sejam absolutamente originais. Muito do que o Twitter é veio da própria experiência com blogs e fóruns de discussões, por exemplo. A diferença é que o Twitter apresentou essas funcionalidades ao "mundo social" e se tornou.
Em um post no blog do Facebook de 2009, Mark Zuckerberg explicava o porquê do então necessário foco no "Mural". Para ele, a crescente procura por informação em mídias sociais, influenciada diretamente pelo crescimento do Twitter, fez com que o Facebook, ao entender este movimento, conseguisse se transformar em uma ferramenta que ajudava os usuários a compartilhar as experiências próprias com o resto do mundo.
A questão é que, se não se pode falar em uma obsessão de Zuckerberg pelo Twitter, há um caso interessante entre essas duas ferramentas. Ainda em 2008, o Facebook tentou comprar por US$ 500 milhões o então novato Twitter, que não teria aceito a proposta por entender que valia mais do que isso, segundo o site Swisher.
De lá para cá, houve uma série de funcionalidades que vieram do Twitter, como a lista de sugestão para seguir celebridades e o Subscribe, que permite o usuário receber atualizações de pessoas que não o conhecem, também associado aos círculos do Google+. Falando na rede social do Google, o Facebook sempre teve listas de amigos, mas a adição de filtros e "listas inteligentes" para separação dos contatos em áreas como "escola", "região" e "trabalho", por exemplo, eram a cereja do bolo do Plus.
Viajando um pouco mais no tempo, em 2006, a rede social com maior número de seguidores do mundo foi acusada de copiar o Digg do del.icio.us ao criar o "Compartilhar" para textos, vídeos e fotos. para proprietários de sites de terceiros. Ainda na mesma linha, mais recentemente, analistas de sites e blogs de tecnologias, como o Google Watch, apontam a inspiração do Facebook na tentativa de criar aplicativos de geolocalização similares ao Foursquare, além de acordos comerciais como o gigante das compras coletivas nos Estados Unidos, o Groupon.
Se é arriscado chamar o Facebook de "Microsoft do mundo social", ao menos há uma semelhança com a companhia de Bill Gates. O Facebook sabe, melhor do que ninguém, usar a enorme plataforma para lançar produtos e funcionalidades que, mesmo não sendo originais, conseguem se mostrar da maneira mais bem aplicada e usável possível. Agora, se isso mostra alguma crise de identidade da maior e mais poderosa rede social do mundo, Mark Zuckerberg não parece preocupado. O que ele quer - e já deixou claro - é crescer cada vez mais.
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