Boccuzzi Advogados Associados tem a tecnologia como principal investimento e prioriza forte atuação em aportes estrangeiros no Brasil
Com a expectativa de aumentar seu faturamento em 15% nesse ano, o paulista Boccuzzi Advogados Associados deve continuar com o foco voltado para empresas de médio porte. “Para os escritórios como o nosso, esse é um forte nicho. As médias empresas não têm volume suficiente que interesse às grandes bancas e conseguimos prestar um bom serviço com a estrutura que temos”, afirma o sócio fundador Eduardo Boccuzzi. O principal interesse da banca, que tem forte atuação no setor bancário e tributário, é a área imobiliária.
De acordo com o advogado, hoje o País vivencia um boom imobiliário, com construções de um lado, compra e ascensão de outro. “A pessoa que comprou hoje continua progredindo socialmente e vai querer adquirir outro. Em uma segunda etapa, com as trocas, terá uma grande atuação dos escritórios. Esse é um mercado que tende a crescer e temos considerado montar uma área específica para ele”, diz.
Uma prática que não é descartada é a “contratação lateral”: a entrada de outro sócio, já com clientes e equipe que se agregam à nossa estrutura. Além da imobiliária, o método também se encaixaria para a área societária e de contratos. “São setores onde isso é mais comum de acontecer e o cliente continua com o profissional. Esse tipo de contratação é algo que gostamos e estamos sempre abertos a discutir”, afirma Boccuzzi. A escolha não depende tanto do faturamento que o novo sócio irá agregar, mas também se o perfil da pessoa se encaixa com a cultura do escritório.
Segundo o sócio, a banca, fundada em 1996, tem sido abordada por escritórios de fora querendo se associar a ela. No entanto, ainda não há planos de seguir esse caminho.
Com a aposta em áreas, estão previstas novas contratações. Só esse ano, a banca já expandiu 30% em pessoal – são cinco sócios, seis advogados e cinco estagiários. São cerca de 30 escritórios correspondentes em todo o País, atuando principalmente em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Não há planos de abrir unidades próprias fora de São Paulo. As principais áreas são bancário e mercado de capitais, tributário, societário e contratos, trabalhista e contencioso cível comercial.
O crescimento em faturamento em 2010 foi de 5%, e de 2009, 30%. O principal investimento para o fim desse ano será em tecnologia e digitalização do acervo. “No final de 2012 queremos estar totalmente digitalizados, sem arquivos em papel.” O forte atendimento para o setor bancário – entre os clientes estão Banco Fator, Itaú BBA e Deutsche Bank – decorre da experiência do fundador no trabalho em um escritório em Londres.
“Percebi que os escritórios que trabalham nessa área financeira iam muito bem quando a economia estava aquecida e com geração de muitos negócios. Mas em épocas de crise eles também conseguem sobreviver, pois havia muita atividade de recuperação de crédito e de empresas”, diz Boccuzzi. “Trabalhar para banco e para a área financeira pode ser algo interessante em termos de solidez e preservação do escritório”, completa.
A banca tem cadastrados cerca de 500 clientes. Entre eles estão, além dos bancos, indústria, como Alpargatas, Plastic Omnium e Visteon (autopeças) e prestadoras de serviços. Uma delas, empresa portuguesa que trabalha com bancos de dados de médicos, que vem para o Brasil em decorrência das obras de infraestrutura e oferece serviços, por exemplo, para construtoras.
O escritório, que tem equilibrado os casos de consultivo e contencioso, aposta mais no crescimento da primeira prática, especialmente por conta de investimentos estrangeiros que estão ocorrendo no Brasil. “Temos atuado em muitos casos, em que a maioria dos clientes é multinacional. Fazemos toda a parte de estabelecimento dos investidores aqui no Brasil”, afirma Boccuzzi. A banca assessorou a vinda da H3 ao Brasil, empresa portuguesa de fast food que deve abrir lojas em shoppings no Brasil. Segundo ele, os setores com maior demanda são os de óleo e gás e infraestrutura.
Da atuação do fundador em Londres, ficou também a vontade de criar um escritório com “novos paradigmas” no mercado, como a recusa em contratar parentes e o ideal de fazer da banca uma instituição, que ultrapasse a figura dos sócios. “Vi o profissionalismo com que as coisas eram conduzidas, a ideia do que era uma instituição, uma coisa não personalíssima. Os sócios não eram donos, estavam donos”, diz. “Hoje muitas vezes as bancas vivem e sobrevivem ao redor de uma única pessoa, e tendem a desaparecer”, destaca Boccuzzi.
Para ele, o escritório deve crescer, agregar pessoas e continuar mesmo sem o fundador ou sua família no quadro societário. “Um dos focos do escritório, que prega disponibilidade e rapidez, é estabelecer relações duradouras com os clientes. E em termos de expansão queremos ter um crescimento orgânico, para então darmos o próximo passo.”
O Boccuzzi faz parte de dois grupos de escritórios que congregam bancas do mundo todo.
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