sexta-feira, 3 de junho de 2011

W/McCann completa um ano e planeja atuar em novos mercados


 
Fusão complementou interesses de internacionalização das duas agencias. 


"Eu sou obsessivo e trabalho muito porque gosto do que faço, se eu gostasse de ficar à toa, eu seria um grande vagabundo." É assim que o publicitário Washington Olivetto se descreve quando questionado sobre sua atuação na W/McCann. A agência é resultado da fusão entre a W Brasil e o Grupo McCann, que aconteceu em maio de 2010.

Hoje Olivetto é sócio da nova empresa e faz planos para este ano. "Deveremos ter excelência criativa para manter os clientes atuais e captar novos de segmentos onde ainda não atuamos", diz. Varejo, instituições financeiras e alimentação na área de salgados são alguns dos segmentos nos quais a agência ainda não está presente.

Olivetto se considera satisfeito com a fusão, apesar de ter sido resistente durante certo tempo a se unir a um grupo estrangeiro. "Eu queria imortalizar a marca W e ter clientes estrangeiros e a McCann gostaria de abrasileirar sua marca. Foi um preenchimento de interesses." Parte das metas foram cumpridas ainda em 2010, segundo o publicitário.

"Queríamos ser a quinta maior agência até dezembro de 2010 e ficamos na quarta posição. No ramo de mídia digital a meta era ser a terceira e fomos a primeira".

As mídias digitais são algumas das grandes apostas da agência para os próximos anos. "Não creio que os veículos tradicionais vão desaparecer, mas irão se interligar às novas tecnologias. Hoje, cada um da minha equipe faz de tudo. Acho antigo separar o analógico do digital", afirma.

Para Olivetto, a publicidade não vive um grande momento. "Isso faz parte de um ciclo que deverá ser quebrado em breve." O momento desfavorável acontece por vários fatores, entre eles o mau uso do aparato tecnológico disponível hoje.

"A tecnologia foi aprimorada loucamente e isso possibilita tornar as ideias reais. O problema é que ao invés das pessoas aproveitá-las para expressar o conteúdo, a usam para esconder a falta dele".

Tarimbado como um dos símbolos da publicidade no Brasil, Olivetto foi premiado 50 vezes na categoria filmes do Festival de Cannes, principal prêmio da área no mundo. Mas a premiação, criada em 1953, passou por mudanças e perdeu parte da admiração do veterano. "Até o início dos anos 1990 havia apenas uma categoria e o processo era muito rigoroso, depois disso surgiram outras e as coisas mudaram".

Na edição deste ano, que acontecerá na segunda quinzena de junho, a W/McCann levará 27 peças inscritas em oito categorias. "Eu já tive meu ego abastecido anteriormente pelos prêmios que recebi e minha equipe sabe que acho o festival um ‘feirão de comunicação'". A partir deste ano o Festival de Publicidade de Cannes passa a se chamar Festival de Criatividade.

"Não digo que a mudança seja negativa ou positiva. Agora as oportunidades de negócios são maiores porque estão agrupadas, mas com certeza, antes, a relevância de ser premiado no festival era muito maior", diz.

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