sexta-feira, 3 de junho de 2011

Setor de veículos mantém investimento apesar de expansão menor

 
A indústria brasileira de veículos mantém sua projeção de investimentos até o próximo ano, apesar de o ritmo de crescimento de vendas ter recuado à metade em relação a 2010, afirmou na quinta-feira o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. 


"O plano de investimento de US$ 11,2 bilhões entre 2010 e 2012 está mantido [...] O plano foi projetado para um mercado que crescia dois dígitos e que agora está crescendo pela metade", afirmou Belini, que também preside o grupo Fiat na América Latina. 

Segundo Belini, o mercado brasileiro tem uma proporção de um carro para cada sete habitantes e com essa relação "seria natural crescer dois dígitos". 

A redução no ritmo ocorreu com os efeitos das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo desde o fim do ano passado para resfriar a economia e conter o crescimento da inflação. 

"As medidas reduziram a demanda do setor, mas o momento é conjuntural, para ajustar a inflação para o centro da meta do governo e isso vai assegurar o crescimento futuro do país", disse Belini, citando que a média diária de vendas de veículos novos caiu de 17,1 mil unidades em dezembro para 14,4 mil em maio. 

Em 2010, as vendas de veículos novos cresceram 11,9% no país e a projeção da Anfavea para este ano é de expansão de 5%. 

Belini fez os comentários durante o Congresso Brasileiro do Aço, em que defendeu aumento da competitividade da indústria nacional ante a crescente participação de veículos importados no total de vendas do país e dificuldades de exportação. 

Segundo o presidente da Anfavea, entre 2006 e 2010, o setor automotivo teve redução de 60% no saldo de sua balança comercial, enquanto as exportações vêm recuando a um ritmo de 7% ao ano entre 2005 e 2010. 

"A falta de competitividade pode implicar uma perda de produção de 1 milhão de veículos em 2015 e 3 milhões em 2020", disse Belini, atribuindo a projeção de perda às importações. 

"Com isso, a indústria poderá deixar de adquirir 1,2 milhão de toneladas de aço em 2015 e 3,7 milhões de toneladas em 2020", afirmou, acrescentando que em 2011 o setor deve comprar 4,3 milhões de toneladas de aço.

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